Bárbara Silva, Diogo Pinheiro e João Costa são três entusiastas do skate que lutam há anos por um parque de skate em Aveiras de Cima. O pedido já teve direito a uma moção apresentada em reunião do executivo da Câmara de Azambuja pelo vereador Rui Corça (PSD), que foi aprovada por unanimidade.
O MIRANTE esteve à conversa com os três jovens, que dizem não terem um sítio seguro para praticar a modalidade. “Há dois parques em Azambuja, mas não têm condições, estão degradados”, explica João. Não havendo condições no concelho, estes três skaters vêem-se obrigados a ir para o Cadaval ou para Lisboa, onde conseguem encontrar as condições que precisam.
Foi nesse contexto que o grupo decidiu criar uma petição online, que já conta até ao momento com 242 assinaturas. Em Aveiras os únicos sítios onde podem andar de skate é nas ruas ou junto aos prédios, o que traz vários inconvenientes, não só ao nível da segurança mas também por causa do ruído que causam. “Uma vez atiraram-nos uma garrafa de vidro de uma janela e quase me acertaram”, lamentou Diogo, que descobriu a modalidade através do seu irmão, há quase 10 anos.
Os jovens sublinham que o parque radical que defendem não serve apenas para a prática do skateboard. “Pode ser usado também por pessoas que gostam de andar de patins ou de fazer BMX. E serve também para as crianças, que se quiserem andar de trotinete, por exemplo, não têm onde o fazer”, diz.
O grupo, que já pratica a modalidade há largos anos, confessa sentir-se “esquecido” por parte dos autarcas. “Dão apoios a tantos desportos, mas depois esquecem-se de nós”, afirma João. Os jovens consideram ainda que o skate é uma modalidade “menosprezada”, e vista como “um desporto de vândalos”.

Câmara concorda
com a ideia
O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), disse a O MIRANTE que está a favor da construção deste parque e admite, no próximo ano, mandar fazer o estudo para a construção do parque, cuja localização ainda não está definida.
No entanto, o presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, admite que o projeto pode ser feito no Parque da Milhariça. “Há espaço para fazer um skatepark. A obra não vai ocupar a área toda do parque, ainda fica um hectare de fora”, disse a O MIRANTE.
O autarca alerta que a junta detém o direito de superfície sobre o Parque da Milhariça, cujas obras arrancaram em Outubro. “Durante 30 anos a câmara pode lá fazer o que entender. É uma questão de boa vontade”, acrescentou.
Excluindo o Parque da Milhariça, o grupo admite que o sítio ideal para a construção deste parque seria no centro da vila. A justificação é que “quem usasse o parque sempre iria a um café e acaba por ser bom para a terra”, diz Diogo.
Para além disso, com um skatepark, seria possível trazer campeonatos de skate, o que se traduz em publicidade e divulgação do concelho, para além das pessoas que iria trazer, acrescenta Bárbara.