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Os velhos que paguem a crise ou a vida em pandemia

Em Santarém há uma instituição que merece o nosso reconhecimento principalmente em tempo de festividade natalícia. Chama-se Fundação Luiza Andaluz e destina-se a receber/acolher meninas que vivam em situações familiares de risco como violência, abusos ou abandono.

Nos últimos dias recebi algumas mensagens de amigos a sugerirem que festeje o Natal a contribuir financeiramente para casas de acolhimento para bebés, crianças e jovens vítimas de abandono e maus tratos. Não há forma de ignorar que o Estado português não tem dinheiro nem organização suficiente para financiar as instituições que apoiam os mais desprotegidos da sociedade. Falo de crianças mas, nesta altura, o que mais me faz doer o coração são os velhos que devido à pandemia têm caído como tordos nos lares de acolhimento onde deviam ter a protecção e o seguro de vida garantido. Não é isso que acontece na maioria dos lares; e o que a pandemia veio por a nu foi a existência de centenas de casas ilegais que funcionam como lares, sem condições, à margem da lei, pondo em causa a vida humana e os direitos consagrados na Constituição da República, tão proclamados diariamente pelos políticos nas suas lutas verbais nas televisões e nos debates, onde discutem apenas o sexo dos anjos e ignoram os verdadeiros problemas do país.
A democracia em Portugal, como na maioria dos países democráticos, ficou mais frágil com a pandemia; estamos nas mãos de gente impreparada para situações de emergência social, para acudirem aqueles que não beneficiam do sistema, não têm médico de família nem tão pouco renumeração suficiente para pagarem à farmácia juntamente com a conta da água e da luz. Não devemos nem podemos ignorar o que se está a passar com a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. As facturas estão a sair para os consumidores com números exorbitantes, e nem os autarcas dão a cara pelo prejuízo, nem os responsáveis pelos serviços cumprem com as suas obrigações, embora sejam pagos a preço de ouro para gerirem os interesses dos munícipes em nome dos políticos que elegemos.
Volto ao início do texto. Em Santarém há uma instituição que merece o nosso reconhecimento principalmente em tempo de festividade natalícia. Chama-se Fundação Luiza Andaluz e destina-se a receber/acolher meninas até aos dezassete anos que vivam em situações familiares de risco como violência, abusos ou abandono. Para quem quiser ser solidário fica aqui o apelo para que batam à porta da instituição e não se façam rogados. Desde brinquedos até palavras de conforto e solidariedade, o que for doado com amor será recebido com o mesmo sentimento. A foto que acompanha esta crónica é de Catarina Rodrigues com duas crianças gémeas ao colo e foi publicada na edição de O MIRANTE de 7 de Abril de 2011. JAE .

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