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Autarca de Santarém culpa grupo de cidadãos por atraso da nova Casa do Benfica
Ricardo Gonçalves disse na assembleia municipal que as obras da Casa do Benfica em Santarém arrancam “no início do ano

Autarca de Santarém culpa grupo de cidadãos por atraso da nova Casa do Benfica

Presidente do município diz que algumas personalidades da cidade tentaram parar o processo e que se não fosse isso a obra, provavelmente, já estaria concluída. No entanto, há 15 meses que o projecto para o Jardim da Liberdade tem luz verde da Direcção Geral do Património Cultural. E obras nem vê-las.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), culpa um grupo de cerca de trinta cidadãos pelo atraso no processo de instalação da nova Casa do Benfica em Santarém, em imóveis municipais devolutos no Jardim da Liberdade.
Na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém Ricardo Gonçalves disse que as obras de requalificação e adaptação das antigas cafetarias do Jardim da Liberdade devem começar no “início do próximo ano”. E deitou culpas ao grupo de cidadãos que contesta o projecto naquele local (ver caixa) e que, inclusivamente, foi a Lisboa apresentar as suas razões à Direcção Geral do Património Cultural (DGPC). A DGPC acabaria por dar parecer positivo ao projecto em Setembro de 2019 mas nem assim se verificaram grandes avanços no processo.
“Se calhar, se não tivesse havido algumas personalidades a tentar parar este processo, provavelmente já estaria concluído”, disse Ricardo Gonçalves. O presidente do município respondia ao eleito Carlos Nestal (PS) que voltou ao assunto, lembrando que o processo arrasta-se há muito tempo e os imóveis a ceder ao clube lisboeta continuam devolutos e a degradar-se, sem que se conheçam os termos do protocolo entre a câmara e o SL Benfica, nem quando se prevê o início das obras e a sua conclusão.

Benfica culpa a pandemia
Em 13 de Outubro último o presidente do SL Benfica disse em Santarém que o projecto da nova Casa do Benfica já está concluído, depois de terem sido feitas algumas alterações de pormenor, na parte do restaurante, por imposição do delegado de saúde de Santarém. No entanto, dizia não existir ainda uma data prevista para a obra arrancar, nem tão pouco para a assinatura do protocolo entre o clube e a Câmara de Santarém. Luís Filipe Vieira garantiu ainda que o projecto não está na gaveta e só ainda não está executado e aberto ao público por causa da pandemia de Covid-19.
O protocolo entre as duas entidades ainda não está fechado e Ricardo Gonçalves garantiu que o mesmo será dado a conhecer quando estiver definido. Para já sabe-se que o município pretende ceder esses espaços, por 30 anos, ao clube para ali instalar uma Casa do Benfica com valências várias, algumas delas com vertente comercial. Um investimento global que o presidente da câmara diz andar entre os 800 mil euros e 1 milhão de euros. Dada a componente comercial do projecto, a deputada municipal Patrícia Fonseca (CDS) tem também questionado quais as contrapartidas para o município e para a cidade da instalação desse complexo em espaços municipais. Ricardo Gonçalves respondeu na última assembleia municipal que “é a questão do Benfica estar cá, da importância que terá para a cidade, das pessoas que traz”.

Personalidades contra a localização

Em Maio de 2019, 32 cidadãos lançaram um manifesto em que apelavam ao presidente da Câmara de Santarém que repensasse a sua posição e que procurasse um destino mais abrangente para as cafetarias do Jardim da Liberdade. O documento não contestava o projecto em si mas a sua localização, por se tratar de um espaço nobre da cidade que não deve ser usado para “fins clubísticos que possam dividir e condicionar a sua frequência a parte da população do concelho”.
Do grupo de subscritores faziam parte, entre outros, o vereador e ex-presidente da câmara Rui Barreiro, os ex-vereadores Pedro Canavarro, Carlos Rodrigues, Celso Braz, Dúnia Palma, Jaime Carvalho e José Marcelino, a ex-presidente do Politécnico de Santarém, Maria de Lurdes Asseiro, o empresário José Manuel Roque e os historiadores Maria Emília Vaz Pacheco e Jorge Custódio.

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