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Azambuja revoga declaração de interesse público para central fotovoltaica da Torre Bela 
Projecto ainda não tem aval das entidades mas as árvores já começaram a ser abatidas há mais de dois meses

Azambuja revoga declaração de interesse público para central fotovoltaica da Torre Bela 

Município recua em decisão fundamental para a instalação de um mega projecto de energia solar na Quinta da Torre Bela e vai esperar pela avaliação do estudo de impacte ambiental e pelo parecer da Agência Portuguesa do Ambiente.

Uma mega central fotovoltaica na Quinta da Torre Bela pode trazer investimento, postos de trabalho e gerar energia para abastecer uma cidade com 110 mil habitantes, mas há dúvidas quanto às possíveis consequências ambientais. É por isso que a Câmara de Azambuja resolveu fazer marcha atrás, revogando a declaração de interesse público municipal, fundamental para a prossecução do processo administrativo, e só voltar a pronunciar-se depois de ter analisado o Estudo de Impacte Ambiental (EIA). O documento está em consulta pública até 20 de Janeiro e a aguardar parecer da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Em declarações a O MIRANTE, o presidente do município, Luís de Sousa (PS), disse que, após várias reuniões com as empresas promotoras, continuam a surgir dúvidas ao executivo que prefere salvaguardar-se e analisar em conjunto o EIA. O PSD foi o único a defender que o município deveria aguardar pelo parecer da APA ao EIA antes de voltar a levar a proposta para aprovação do interesse público em reunião de câmara.
Também numa perspectiva de se salvaguardarem e, ao mesmo tempo argumentarem a favor do projecto, no EIA, os promotores Aura Power e CSRTB referem que “dentro da área da Quinta da Torre Bela foram identificadas áreas que, pelos condicionamentos que apresentavam, foram desde logo abandonadas”. Foi o caso de algumas manchas com povoamento de sobreiros e azinheiras e as áreas afectas à Reserva Agrícola Nacional.
Sobre os impactos negativos é dito que se vão fazer sentir sobretudo durante a fase de construção, e que se forem “aplicadas correctamente as medidas de minimização indicadas” no documento serão em grande parte minimizados.
Entretanto a APA já veio solicitar aos promotores esclarecimentos adicionais de modo a colmatar as incorrecções, lacunas e insuficiências de informação identificadas, por forma a permitir uma adequada avaliação dos impactes decorrentes do projecto. Um deles prende-se com a identificação da actividade industrial e o número de trabalhadores sujeitos aos campos eletromagnéticos da Linha Eléctrica de Muito Alta Tensão.
Recorde-se que este projecto só agradou ao PS, o único a aprovar a 22 de Setembro a declaração de interesse público municipal que mais tarde acabou por não entrar na agenda da assembleia municipal, onde devia ter sido também posto a votação. Já nessa altura vários eleitos daquele órgão autárquico transmitiram a Luís de Sousa que não se mostravam esclarecidos para votar uma declaração de interesse público às cegas.

Mais de 650 mil painéis solares
O projecto da central fotovoltaica, com mais de 650 mil painéis solares, pretende instalar-se na Quinta da Torre Bela, na União de Freguesias de Manique do Intendente, Vila Nova de São Pedro e Maçussa, numa área de 775 hectares. O investimento previsto é de 170 milhões de euros está prevista a criação de 1000 postos de trabalho durante a construção e 10 permanentes.

À margem

A maioria socialista na Câmara de Azambuja recuou na emissão da declaração de interesse municipal, fundamental para viabilizar o projecto de energia solar na Quinta da Torre Bela. Uma decisão avisada, até porque a Agência Portuguesa do Ambiente ainda não tomou uma decisão sobre o assunto. Os autarcas de Azambuja precipitaram-se mas tiveram a humildade política de o reconhecer e de voltar atrás com a decisão. Até porque já estão escaldados com as consequências da instalação do aterro às portas da vila que tanta polémica tem causado. E, aí, já pouco há a fazer..

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