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Massacre de animais na Quinta da Torre Bela
foto DR Centenas de animais foram massacrados em Azambuja às mãos de caçadores de uma empresa espanhola que promove eventos de caça

Massacre de animais na Quinta da Torre Bela

Abate de centenas de veados e javalis está a ser repudiado pelo população e já chegou à Assembleia da República. ICNF não sabia de nada. PAN, PSD e PS querem explicações.

Uma montaria na Quinta da Torre Bela, em Azambuja, está a causar polémica devido ao abate de cerca de 540 animais, entre javalis e veados. Pessoas que residem perto da herdade, propriedade privada, falam em tiros durante todo o dia de quinta-feira, 17 de Dezembro. A montaria, que envolveu 16 caçadores, foi promovida pela empresa espanhola Huntings Pain Portugal, que todos os anos promove acções de caça em Portugal e Espanha.
O MIRANTE entrou em contacto com os responsáveis pela empresa, via whatsapp, para tentar obter alguns esclarecimentos, mas não obteve resposta. Já os responsáveis pela herdade remetem-se ao silêncio e dizem não ter conhecimento da acção.
No entanto, são inúmeras as pessoas que, nas redes sociais, confirmam que a acção teve lugar na Torre Bela, tendo até feito chegar várias imagens ao nosso jornal, partilhadas nas redes sociais pelos promotores do evento. As imagens foram alvo de centenas de partilhas e comentários de pessoas que se mostram revoltadas com a acção e o assunto já chegou à Assembleia da República, pela mão dos grupos parlamentares do PAN e do PSD.
Em comunicado enviado a O MIRANTE, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) explica que não teve conhecimento da montaria e acrescenta que “o Plano de Ordenamento e Exploração Cinegético dessa zona prevê a exploração do veado e do javali, pelos métodos previstos na lei, onde se incluem as montarias”. O ICNF revela que já deu início a um processo de averiguações junto da Sociedade Agrícola da Quinta da Visitação, entidade gestora da Zona de Caça Turística da Quinta da Torre Bela, “no sentido de apurar os factos ocorridos e eventuais ilícitos nos termos da legislação em vigor”.

Partidos pedem explicações
Os grupos parlamentares do Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN) e do PSD também querem esclarecimentos e desenvolveram diligências na Assembleia da República no sentido de obter explicações por parte do Ministério do Ambiente. O objectivo é “apurar o que levou à autorização desta montaria, numa zona de grande sensibilidade ecológica, envolta em polémica”, diz o PAN. O PSD apresentou um pedido de audição parlamentar do presidente do ICNF, “para esclarecimentos cabais sobre o lamentável caso da morte de centenas de animais”.
Já o vereador com o pelouro do Ambiente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, disse a O MIRANTE que, tratando-se de uma propriedade privada, o município não pode tomar decisões. Acrescentou que não existe um número limite para a caça de veados e javalis, “depende é do bom senso das pessoas”, aproveitando para criticar a acção: “Não vale tudo, sou completamente contra o que aconteceu”.
Também a concelhia do PS de Azambuja tomou posição sobre o assunto referindo que a montaria “não foi caçar, foi massacrar aqueles animais que não tinha por onde fugir”. Os socialistas informam ainda que vão comunicar ao ICNF “para que verifique da legalidade daquele ataque soez”.
A concelhia do PSD de Azambuja também repudiou o que se passou na Quinta da Torre Bela e diz que “os acontecimentos administrativos e processuais que deram origem à morte de centenas de animais não são dignos de uma sociedade assente em princípios de ética e de responsabilidade”.

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