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Era uma vez no Ribatexas

Enregelado Manuel Serra d’Aire

O epíteto Ribatexas voltou a fazer sentido para denominar esta região acima do Tejo. Nas últimas semanas sucederam-se os episódios que remetem para o velho Faoreste dos filmes de cobóis e índios. Na Herdade da Torre Bela assistiu-se a um massacre semelhante ao do 7º de Cavalaria do mítico general Custer na batalha de Little Bighorn, só que tendo como vítimas veados, gamos e javalis. Para a posteridade, os heróis da proeza publicaram imagens nas redes sociais com as carcaças das vítimas a seus pés. Entretanto as autoridades já começaram a trabalhar no encalço dos vilões e só faltam mesmo os cartazes com os garrafais “Wanted!” e o valor da recompensa para quem os apanhar “dead or alive”.
Também por esses dias pré-natalícios, um homem empunhando um cajado quis resolver uma contenda antiga com a Câmara de Abrantes irrompendo pela reunião do executivo e agredindo dois autarcas. Um momento que remeteu também para os tempos em que no velho Oeste selvagem se fazia justiça pelas próprias mãos e não havia rei nem roque. Uma espécie de sequela da história que há 45 anos tornou famosa a moca de Rio Maior, ali para as bandas do nosso Oeste.
Como se isso não bastasse, uma reunião da distrital do Chega foi invadida por alguns militantes que não gostaram de não terem sido convidados e houve quem manifestasse a sua indignação esmurrando outros militantes. Um episódio rocambolesco que vem comprovar as preocupações do Chega quanto ao ambiente de insegurança e impunidade que reina no país – já nem nas reuniões políticas se está seguro! - e que, desta vez, que se saiba, não teve como responsáveis indivíduos de determinada etnia, com tez assim a atirar para o pele-vermelha.
Tenho seguido pela comunicação social a campanha de vacinação em curso contra a Covid-19 e confesso que já estou farto de ver tanto homem em tronco nu a dar o braço ao manifesto, que é como quem diz à agulha com o líquido miraculoso. Para além da cena começar a ser fastidiosa, acho que tem existido uma clara exploração e aproveitamento do corpo masculino reveladora de um sexismo exacerbado a que o movimento Me Too devia dar atenção. Nem o Presidente da República escapou à devassa dos mamilos, vê lá tu!
Sinceramente, ainda não percebi por que razão têm os homens de tirar a camisa, enquanto as mulheres levam a pica no braço sem necessitarem de fazer topless. É um daqueles mistérios que ficam destes tempos covidescos. Se é para compensar o mulherio da exploração de que tem sido feita da anatomia feminina ao longo dos séculos, então compreende-se. Cá se fazem, cá se pagam! Se é só mesmo para ver de que massa é feito o Presidente da República e outros machos cá do burgo, por mim dispensava-se bem a maçada...
Um bacalhau congelado do
Serafim das Neves

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