Câmara recusa lombas em passadeiras perigosas da Póvoa de Santa Iria
Município considera que as lombas redutoras de velocidade geram barulho e podem complicar o socorro, pondo mesmo em causa o estado de saúde de feridos. Explicação não convence moradores.
A falta de segurança nas passadeiras da Avenida Vicente Afonso Valente, especialmente as que confluem com a Rua Alberto Sanches de Castro, na Póvoa de Santa Iria, não se resolve com a colocação de lombas redutoras da velocidade para os automóveis. A convicção é da câmara municipal, que em resposta às queixas de vários moradores diz que estes sistemas iriam provocar o aumento do ruído na zona e dificuldades aos veículos de socorro. Para o município as lombas podem, em casos extremos, agravar as lesões de doentes politraumatizados transportados em ambulâncias.
A posição do município não tem agradado a muitos moradores, que continuam a defender a colocação de lombas como a única solução para reduzir a velocidade com que os automóveis passam no local. As velocidades excessivas são apontadas como as principais causas para os três atropelamentos registados na zona desde o Verão, um deles com gravidade. Os moradores apontam também como problemas a falta de sinalização e a pouca visibilidade das passadeiras.
“Após análise técnica este arruamento integra-se no sistema terciário da rede viária municipal e na rede ciclável, recentemente criada e implementada, fazendo parte do percurso regular do serviço de transporte público de passageiros, possuindo diversas rotundas que promovem por si só a redução de velocidade”, acrescenta o município.
Tal como O MIRANTE noticiou em Dezembro o assunto foi abordado na assembleia de freguesia, com Jorge Ribeiro, presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte e Casa, a lamentar também que estes acidentes continuem a acontecer. O autarca explicava que, anualmente, em conjunto com a câmara municipal, são feitos investimentos na melhoria das vias de comunicação, incluindo novas pinturas de passadeiras para as tornar mais seguras. “Todas as passadeiras na zona estão sinalizadas por isso pressupomos que o motivo dos acidentes não é falta de sinalização”, explicava Jorge Ribeiro.
A junta diz estar a analisar em articulação com o município novas formas de tornar as passadeiras mais seguras. Jorge Ribeiro avisa que é preciso uma atitude mais cívica da população no respeito mútuo de carros e peões. A junta já solicitou à câmara a pavimentação da via e dos acessos à rotunda, bem como o melhoramento do eixo central.