Hospital de Santarém garante telemonitorização de doentes cardíacos
Monitorização é feita através de um aparelho colocado nos doentes e que permite controlar, remotamente, parâmetros como os níveis de pressão arterial e de oxigénio no sangue. Uma medida que visa prevenir descompensações e idas às urgências.
O Serviço de Cardiologia do Hospital Distrital de Santarém (HDS) implementou um programa de telemonitorização permanente dos doentes com insuficiência cardíaca (IC) seguidos naquela unidade para prevenir descompensações e idas às urgências.
O programa visa “optimizar ainda mais” a qualidade assistencial aos doentes com IC, afirma o director do serviço, Vítor Martins, sublinhando que os doentes de maior risco seguidos naquele hospital são monitorizados 24 horas por dia, sete dias por semana.
A medida, que abrange para já uma dezena de doentes, permite “prevenir eventuais descompensações da doença e, consequentemente, a afluência destes doentes crónicos ao Serviço de Urgência, minimizando os riscos para o seu estado clínico, assim como o desconforto e tempo de espera em ambiente hospitalar”, refere um comunicado do HDS.
Citado em comunicado, Vítor Martins explica que o projecto surgiu como complemento aos cuidados que o Serviço de Cardiologia do HDS já disponibilizava aos doentes com esta patologia. Entre os quais “uma consulta de IC, que existe há cerca de oito anos, assim como um hospital de dia, onde um médico e um enfermeiro observam os doentes que estão relativamente instáveis e são feitas determinadas terapêuticas, nomeadamente endovenosas, evitando, deste modo, a ida à Urgência”, específica.
O HDS vinca que os doentes telemonitorizados “são criteriosamente seleccionados”, sendo admitidos no projecto aqueles que recorrem à urgência hospitalar diversas vezes por ano por descompensação de IC. A monitorização é feita através de um aparelho colocado nos doentes e que permite controlar, remotamente, diversos parâmetros, como os níveis de pressão arterial e de oxigénio no sangue, o peso e ritmo cardíaco.
Uma empresa externa especializada faz a gestão central diária dos parâmetros de telemonitorização e “quando os mesmos se afastam daqueles que foram pré-estabelecidos para cada doente são gerados ‘alertas’, os quais são avaliados tendo em conta os critérios anteriormente definidos pela equipa de Cardiologia”, pode ler-se no comunicado. “Quando existe uma anomalia, o médico é notificado, são feitas alterações e dadas indicações ao doente para que se possa aliviar a situação”, afirma Vítor Martins.
Futuramente será feita a avaliação do programa de telemonitorização para confirmar se foram alcançados os resultados pretendidos, isto é, “se se verificou uma diminuição do número de hospitalizações e de idas à urgência e se houve melhorias no estado clínico dos doentes”, refere o HDS, que prevê aumentar progressivamente o número de doentes em telemonitorização.
Em Portugal estima-se que a insuficiência cardíaca afecte meio milhão de pessoas, sendo responsável, no Serviço de Cardiologia do HDS, por um terço dos internamentos.
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte da população portuguesa. Todos os anos morrem de acidentes vasculares cerebrais mais de 13 mil portugueses. De enfarte do miocárdio registam-se cerca de sete mil óbitos anuais.