Testes comprados pela Câmara de Azambuja há nove meses na gaveta
Município investiu 10 mil euros em testes que detectam o grau de severidade que a Covid-19 pode ter numa pessoa. Nove meses depois nem um foi utilizado. Presidente da câmara reconhece que os testes não têm a utilidade que inicialmente previa.
O objectivo era ajudar no rastreio da população do concelho, mas quase um ano após a compra, no valor de 10 mil euros, os testes de despistagem à Covid-19 ainda não foram utilizados. O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), disse a O MIRANTE que a autarquia está a “retomar conversações para poder começar a distribuir os testes” às unidades de saúde.
“Comprámos os testes na boa-fé, a pensar que estávamos a fazer uma compra muito boa e a ajudar o concelho de Azambuja, mas depois encontrámos alguns entraves por parte das entidades de saúde”, justificou o autarca.
Os testes comprados à empresa Biosurfit, sediada naquele concelho e em processo de insolvência, seriam inicialmente para ser utilizados em lares de idosos, corporações de bombeiros e profissionais de saúde. No entanto, tal como O MIRANTE noticiou em Abril de 2020, a Administração Regional de Saúde (ARS) considerou que estes testes não são capazes de detectar a presença do vírus e que, por esse motivo, não teriam grande utilidade.
Na altura, recorde-se, estavam também em falta recursos humanos habilitados para realizar estes testes que apenas fazem uma pré-avaliação que ajuda a perceber o grau de severidade que a doença pode ter em pessoas com outras patologias.