Um final feliz para casal de idosos da Parreira
Ricardina e António Mendes são um casal de idosos da Parreira, concelho da Chamusca, que já foi notícia em O MIRANTE em edições passadas. Na aldeia, os vizinhos criticavam o estado de abandono dos idosos. Surpreendido, o neto, Diogo Silva, convidou o nosso jornal para visitar os avós e ver que viviam em boas condições. Depois de anos de espera o casal conseguiu vaga no lar da Parreira e, como era sua intenção, vai viver junto o resto das suas vidas.
A história de Ricardina e António Gil Mendes, o casal de idosos da Parreira, concelho da Chamusca, que já foi notícia em O MIRANTE, teve um final feliz. Os familiares mais próximos do casal aguardavam há muito tempo por duas vagas no lar do Centro de Apoio Social da Parreira, mas nunca tiveram sorte. O surto de Covid-19 que assolou recentemente a instituição, causando pelo menos três mortes, abriu espaço para a entrada do casal. A informação foi confirmada a O MIRANTE por Diogo Silva, neto de Ricardina e António Mendes.
Recorde-se que O MIRANTE, na edição de 24 de Setembro de 2020, dava conta do que se comentava na aldeia, entre vizinhos, sobre as más condições em que viviam dos idosos. Incrédulo, Diogo Silva convidou O MIRANTE para visitar os avós e ver com os próprios olhos que viviam em boas condições e estavam a ser acompanhados pela família.
Apesar do neto concordar que os avós deveriam estar num lar, era o próprio casal que queria permanecer na casa onde residia há mais de duas dezenas de anos. António, 84 anos, trabalhou nos campos agrícolas até uma doença o ter prendido a uma cama há mais de uma dezena de anos. Ricardina, 86 anos, começou a sofrer de demência há cerca de quatro anos, estado que se agravou nos últimos meses.
“A minha avó, nos últimos tempos, não saía da cama. Conversei com o meu avô e expliquei-lhe que o melhor era irem para o lar para estarem acompanhados 24 horas por dia. Estão lá há três semanas e estão muito satisfeitos com os cuidados que estão a ter”, confessa o neto com alívio.
Diogo Silva, de 29 anos, vive e trabalha no Entroncamento, e pelo menos duas vezes por semana deslocava-se à Parreira para ver os avós e passar algum tempo com eles. Era também responsável por gerir o dinheiro do casal. Na altura, perante a impossibilidade de os avós irem juntos para um lar, Diogo recusava-se a ir contra a vontade do avô de querer passar o resto dos dias perto de Ricardina.