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Faltam profissionais de saúde  e “a corda está esticada ao máximo”
O médico André Gomes (à esquerda) diz que faltam profissionais de saúde e que o ACES da Lezíria do Tejo dispõe de apenas quatro delegados de saúde para nove concelhos

Faltam profissionais de saúde  e “a corda está esticada ao máximo”

Para os nove concelhos que integram o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria do Tejo existem apenas quatro delegados de saúde. E o panorama é idêntico no resto da região. Assim é impossível planear e gerir o que quer que seja, avisa o médico e autarca comunista André Gomes. A falta de médicos de família e a sobrecarga horária nos hospitais e centros de saúde são outros problemas com que se confronta o Serviço Nacional de Saúde.

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria do Tejo dispõe de apenas quatro delegados de saúde para os nove concelhos do sul do distrito de Santarém; e no Médio Tejo são cinco para onze concelhos, como O MIRANTE já havia relatado em reportagem publicada em Abril de 2020. Assim “é impossível gerir planos de vacinação, gerir planos de saúde escolar, implementar programas, gerir o que quer que seja”, avisa André Gomes, médico do ACES da Lezíria do Tejo, que participou na iniciativa “Tribuna Pública – Pelo Direito à Saúde”, organizada pelo PCP, na quinta-feira, 18 de Fevereiro, em frente ao Centro de Saúde de São Domingos, em Santarém.

O ACES da Lezíria do Tejo engloba os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém. André Gomes destaca que a escassez de profissionais de saúde, incluindo médicos, leva a um aumento da carga horária. “Continuamos a lutar pelas 35 horas de trabalho semanal mas ainda não nos foi garantido e nesta altura muito menos”, afirma.

O médico, que é também autarca eleito pela CDU na Assembleia Municipal de Santarém, considera fundamental recuperar centros de saúde e hospitais, muitos deles já antigos, de modo a fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “A pandemia veio agravar toda a situação e a corda está esticada ao máximo”, realça.

O médico defende que os profissionais do SNS não vão abandonar os seus utentes mas pedem que lhes sejam dadas condições para continuarem a cuidar dos utentes de forma digna e com qualidade.

O médico de Almeirim, António Bento Sampaio, de 76 anos, alertou ainda que, por causa da resposta à pandemia, todas as doenças crónicas e outras doenças ficaram para trás e a resposta do SNS, neste momento, está “periclitante”. “Os hospitais estão cheios e há imensas operações em atraso. Faltam profissionais de saúde e este é um problema que tem que ser resolvido urgentemente. O número de médicos nos centros de saúde, por exemplo, é muito inferior ao número de médicos nos hospitais. Tem que haver um reequilíbrio para se formarem mais médicos de família em vez de médicos de intervenção. Tem que haver uma reestruturação no SNS urgentemente”, sublinhou.

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