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Deixou a função pública para ser fotógrafa no México
foto DR Natural de Torres Novas, Joana Pintassilgo vive no México há cerca de quatro anos com o companheiro Rui

Deixou a função pública para ser fotógrafa no México

Joana Pintassilgo diz que é muito mais feliz em Playa del Carmen e não pensa regressar a Torres Novas, a não ser de férias.

Joana Pintassilgo trabalhava na função pública há 21 anos quando decidiu aventurar-se com o companheiro, Rui, e emigrar para o México. Playa del Carmen foi o destino escolhido depois de terem colocado a hipótese de se mudarem para a Austrália. Aos 43 anos, Joana Pintassilgo diz que foi a melhor decisão que tomaram e não pensam regressar a Portugal, a não ser de férias. Joana era técnica de informática mas não se sentia realizada profissionalmente nem se considerava bem remunerada para a responsabilidade que tinha e os anos de serviço.
Para compensar essa frustração começou, nos tempos livres, a fazer trabalhos de fotografia e publicidade com o companheiro e apaixonou-se pela profissão de Rui. Como a vida não estava favorável para fotógrafos em Portugal decidiram arriscar. Há cerca de quatro anos que Joana e Rui emigraram para o México depois de terem lá ido algumas vezes de férias e se terem encantado com o país. “Descobri o México através dos seus mergulhos, que são fantásticos. Sempre que terminavam as nossas férias percebíamos que havia sempre mais para conhecer”, conta a fotógrafa natural de Torres Novas.
Além disso, também as pessoas e a cultura os seduziu. “Qualquer pessoa nos cumprimenta sempre com um bom dia e um sorriso. São muito calorosos”, afirma. Também o clima, em que as noites de Inverno mais frias não passam dos 17 graus, e a água quente todo o ano são outros dos atractivos que os fazem ficar. Do outro lado do Oceano Atlântico criaram a própria empresa e fazem trabalho de fotografia e vídeo com turistas portugueses.
Adoram o estilo de vida descontraído dos mexicanos e a enorme variedade de frutas e legumes, o que para dois vegetarianos é fenomenal. Joana Pintassilgo destaca os tacos, tamales além da tequilla e mezcal. Do que sente mais falta é da família, dos amigos, do café português e dos pastéis de nata de uma pastelaria da sua terra.
Desde que emigraram regressaram apenas uma vez a Portugal. As viagens são caras e no Verão português costumam ter muito trabalho. As saudades colmatam-se com videochamadas para os pais e amigos todos os dias.
Do que Joana menos gosta no México é da falta de cumprimento dos horários. “Aqui é muito mais difícil conseguir realizar um negócio. Se marcas uma reunião para as dez da manhã ela começa ao meio-dia, com sorte”, conta.
A cidade onde vivem, Playa del Carmen, como é junto ao mar é muito direccionada para o turismo e é muito rica em diversão e locais de restauração, bares e discotecas. “É impossível não fazer vida de turista, mesmo vivendo cá, porque nestes locais é tudo sempre mais caro. No entanto, vivemos uma vida tranquila, desfizemo-nos o máximo possível dos bens materiais que consideramos supérfluo e temos uma vida muito mais calma e com maior qualidade de vida. Trabalhamos naquilo que realmente nos realiza e isso é o mais importante”, confessa, acrescentando que são felizes.

Turismo continua a funcionar apesar da pandemia
O México não recebe turistas portugueses desde Março do ano passado, devido à pandemia provocada pela Covid-19, o que os levou a perderem cerca de 95% do rendimento. Joana Pintassilgo conta que o governo mexicano tem gerido a pandemia de forma “completamente diferente” de como está a acontecer na Europa.
“A população mexicana são cerca de 126 milhões de pessoas. É impossível parar um país desta dimensão, onde a maioria das pessoas trabalha para dar de comer à sua família. A zona em que vivo é muito turística e a maioria das pessoas vive do turismo. Apesar de não termos turistas europeus os do continente americano continuam a vir. Os hotéis, restaurantes, supermercados e lojas reduziram a capacidade de ocupação por questões de saúde pública mas está tudo a funcionar. Podemos ir à praia e passear”, conta.
A única restrição é a obrigação de uso de máscara quando não existe possibilidade de manter a distância recomendada, assim como em espaços fechados. Joana tenta acompanhar o mais possível os seus pais, de modo a que mantenham a sua sanidade mental porque, diz, vivem num aldeia a cinco quilómetros de Torres Novas, sem transportes públicos, sem cabeleireiro e sem poderem conviver agora com os vizinhos e amigos. “Preocupa-me que se eles ficarem doentes tenham que ir para o hospital e não haja capacidade de resposta”, conclui.

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