Homicida do tiroteio de Vale de Estacas que fugiu duas vezes foi preso no Brasil
O homicida de Bruno ‘Cigano’ num tiroteio em Vale de Estacas, Santarém, fugiu depois do crime e foi apanhado em Espanha. Esteve preso preventivamente mas saiu, já depois de condenado, porque recorreu e nesse período foi solto por ter excedido o prazo da medida de coação, tendo fugido de novo. Agora está preso no Brasil e vai ser extraditado.
O feirante que matou Bruno Limas, conhecido por Bruno “Cigano”, num tiroteio em Dezembro de 2015 no bairro de Vale de Estacas, Santarém, foi capturado no Brasil pela Polícia Federal e Polícia Militar desse país, no âmbito de um mandado internacional.
O homem, de 53 anos, esteve preso preventivamente e foi condenado pelo Tribunal de Santarém, em 2017, a 19 anos e meio de prisão, mas aproveitou-se da lentidão da justiça para fugir. O condenado recorreu para o Tribunal da Relação e antes de haver uma decisão saiu de prisão preventiva porque se esgotou o prazo da medida de coacção, tendo desaparecido logo de seguida.
A Polícia Federal brasileira diz que “por meio de investigações, foi possível identificar a localização do estrangeiro e realizar a sua prisão”, sublinhando que não possuía uma residência fixa. A detenção ocorreu em Recife e o fugitivo foi colocado numa prisão, onde vai ficar até se concluir o processo de extradição para Portugal. A polícia brasileira salienta ainda que o mandado de captura foi decretado pelo Supremo Tribunal Federal “atendendo a um pedido do Governo português”.
O tiroteio, a 15 de Dezembro de 2015, às 17h45, numa zona movimentada de Santarém causou um grande alvoroço e foi motivo de preocupação durante algum tempo. Na altura, Bruno “Cigano” tinha 36 anos. O homicida, então com 46 anos, andou fugido durante cerca de dois meses, até ser capturado em Fevereiro de 2016 em Espanha. A PSP recolheu dezenas de cápsulas e cartuchos.
Bruno “Cigano” foi atingido a tiro quando circulava a pé junto a alguns estabelecimentos comerciais existentes em Vale de Estacas. Foi transportado ao Hospital Distrital de Santarém por outras pessoas numa carrinha e foi depois transferido para um hospital de Lisboa, onde morreu duas semanas depois. O tiroteio foi motivado por desentendimentos entre famílias relacionados com arrendamento de imóveis.
Outros dois homens, familiares do homicida, foram condenados a penas de prisão efectiva de oito anos de prisão cada um, por crime de homicídio na forma tentada, agravado pela utilização de arma de fogo.