Natural de Vila Franca de Xira, Francisco Silva vive desde 1980 em Castanheira do Ribatejo, uma terra que diz ser pacata, segura e com qualidade de vida. Defende a construção de um novo centro cultural na localidade e a necessidade de ser criado um parque urbano. A primeira coisa que fará quando a pandemia terminar é ir à praia.

Nunca pensei vir a ser presidente da assembleia de freguesia. Fizeram-me o desafio em 2020 e aceitei, depois do anterior titular do cargo ter renunciado ao mandato por motivos pessoais e profissionais. Fui eleito da bancada do PS alguns anos e como pretendia estar ocupado depois da reforma, em 2017, também aceitei o convite para integrar novamente a bancada. Quando a pessoa concorre a estes cargos vai com uma ideia de trabalho e depois aparecem outros desafios. Por isso temos de estar preparados.
Ir para a reforma não foi complicado. Há muito que me vinha preparando para essa situação. Quando passamos à reforma muita gente passa a ver-nos como uma pessoa que não faz nada. Não quero estar parado e tive de arranjar uma ocupação.
O meu primeiro emprego foi numa empresa da indústria alimentar ligada ao ramo do tomate. Quando me reformei era responsável administrativo e financeiro de uma empresa da Castanheira que opera no ramo da indústria alimentar. Foi enquanto procurava uma ocupação para não ficar parado, depois de me reformar, que me começou a interessar a política local. O PS é um partido em que me sinto à vontade e identifico-me com as suas posições de liberdade e pelas pessoas que integram o grupo na assembleia de freguesia.
Castanheira do Ribatejo tem crescido imenso nos últimos anos mas tem algumas falhas a nível de infraestruturas. O centro cultural e um novo parque urbano são projectos que fazem falta à comunidade. Fazem-nos falta locais onde os nossos jovens possam praticar outro tipo de desportos como o padel, ténis ou skate. Infelizmente não é fácil encontrar um terreno para esse efeito, que esteja disponível e que não perturbe a proximidade de habitações. Também sentimos falta de um melhor transporte público que percorra a freguesia e que sirva, sobretudo, as pessoas que utilizam o comboio.
Estar a 20 minutos de Lisboa é uma mais valia e uma oportunidade. Apesar de algumas pequenas melhorias poderem ainda ser introduzidas, beneficiamos de uma boa rede de transportes e boas acessibilidades à capital. Estamos agora a assistir a isso mesmo, com muita procura de habitação por casais jovens que optam pela nossa vila para viver e constituir família. Gosto de viver aqui. Somos uma terra pacata, segura, de gente afável que sabe receber bem. Temos uma boa qualidade de vida.
O executivo da junta, liderado por Luís Almeida (CDU), merece algumas críticas mas tem feito um bom trabalho. Ainda assim há coisas que poderíamos melhorar, como introduzir a realização de assembleias online. É uma das lacunas da assembleia. Além da falta de instalações precisamos de investir nas novas tecnologias.
Quando a pandemia acabar a primeira coisa que farei é ir à praia. Embora confesse que ainda não pensei muito nisso. A minha preocupação actual é conseguir ultrapassar em segurança esta situação que vivemos. E mentalizar-nos que a nossa vida para o futuro vai ser, em termos sociais, bastante diferente.
A nossa região tem futuro e a Castanheira também. Estamos a atravessar uma fase que vai ser muito importante, de instalação de empresas na plataforma logística. Isso está a mexer e será positivo, bem como o futuro porto fluvial da Castanheira. Tudo isto irá trazer mais gente para a vila e com ela um maior desenvolvimento. As autarquias deverão estar preparadas para o grande acréscimo de pessoas que vamos ter dentro de pouco tempo. Ainda que toda essa evolução da sociedade nos possa trazer alguns problemas, acredito que na generalidade isso nos vai trazer mudanças positivas.
Tenho o vício de ver filmes de investigação e de espionagem. Gosto imenso. A minha viagem de sonho não acredito que possa vir a ser concretizada, porque seria interplanetária. Gostava de ir ao espaço, ver e sentir como é olhar para a Terra lá de cima. No entanto também gosto muito de viajar de comboio e por isso gostava de fazer uma longa viagem de comboio.
Costumo ler jornais e O MIRANTE em papel. Gosto de ler as notícias da nossa região. É muito importante haver imprensa regional, ainda que por vezes nem sempre chegue a todas as pessoas que não podem comprar um jornal em papel todas as semanas. Mas é muito importante existirem jornais regionais como O MIRANTE, porque ao lê-los vamos tendo uma ideia do que se passa nas nossas localidades. Os jornais nacionais só dão assuntos do país, que nem sempre nos interessam. O vosso trabalho é fundamental.