uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

As mulheres têm tanto direito a ser incompetentes como os incompetentes que têm pirilau

Intrépido Manuel Serra d’Aire

A ex-presidente da Junta de Almoster e ex-vereadora da Câmara de Santarém, Idália Serrão, foi afastada sem piedade dos pelouros financeiro e contabilístico da Associação Mutualista Montepio porque, supostamente, não terá as competências adequadas para assumir essas responsabilidades. É verdade que a política socialista não tem formação universitária nessas áreas, mas desde quando é que isso é obstáculo para se chegar a qualquer cargo? Saber a tabuada até 10 parece-me que tem sido manifestamente suficiente.
Basta lembrar aquele primeiro-ministro que tinha concluído a licenciatura em engenharia ao domingo: também não percebia nada de números e chegou onde chegou. Ou outro ex-ministro que também fez uma licenciatura a martelo com excêntricas e variadas equivalências, e que hoje é um homem de negócios bem sucedido.
Portanto, se este critério de perceber de números e ter habilitações literárias compatíveis e credíveis são condições essenciais para se desempenharem funções de grande responsabilidade e bem remuneradas, ou há moral ou comem todos. Se Idália é enxovalhada publicamente desta forma, então teremos de sanear a esmagadora maioria da malta que se locupleta à mesa do Orçamento de Estado.
Isto é bullying do mais grosso calibre e se o Me Too, as Capazes e outros movimentos defensores das oprimidas, humilhadas e ofendidas ficam calados que nem ratos, eu não me resigno: Idália foi mais uma vítima deste sistema machista e patriarcal e há que denunciá-lo. Ela tem tanto direito a ser incompetente como os incompetentes que têm pirilau!
É a tal coutada do macho latino de que falavas no teu último email e não há sobressalto cívico ou terramoto civilizacional que a faça em cacos.
A sensatez na política é outro bem cada vez mais raro e mais caro que o ouro. Vê lá tu que um autarca da oposição em Benavente, que já foi dirigente local do PS até se zangar com o PS e agora dizer que é independente, queria que as filhas do presidente da câmara comunista fossem discriminadas na atribuição de bolsas de méritos pelo município por serem filhas de quem são. Uma espécie de apartheid político, não motivado pela cor da pele mas pela função do progenitor, já que as jovens cumprem os critérios para serem distinguidas pelo município.
Se essa discriminação acontecesse, o que é que o vereador da oposição quereria a seguir? Que o presidente ou os vereadores comunistas ficassem impedidos de pagar IMI ao município que lideram, por manifesto conflito de interesses? Que ficassem vedados de frequentar instalações municipais por nítido aproveitamento em benefício próprio de propriedades do município e abuso de poder? Que os cãezinhos do presidente ou dos vereadores comunistas não pudessem ser vacinados pelos serviços municipais como acontece com a restante canzoada, porque era favorecimento aos bóbis dos autarcas? Sinceramente, não há pachorra para tanta idiotice...
Saudações primaveris do
Serafim das Neves

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido