
12 anos de prisão para empresário que matou jovem numa rixa em Casével
Tribunal concluiu que Rui Mendes foi o responsável pelo que aconteceu na noite de 24 de Novembro de 2019 e que por ser mais velho e mais experiente devia ter tido um comportamento de serenidade. O homicida não conseguiu fazer valer a tese de legítima defesa e os juízes comprovaram que estava sozinho com João Pedro Monteiro quando o esfaqueou.
O Tribunal de Santarém não acreditou na versão de legítima defesa e condenou o empresário de Santarém, Rui Mendes, a 12 anos de prisão pela morte de João Pedro Monteiro, de 25 anos, numa briga em 2019 à porta de um café em Casével. O arguido, na altura com 56 anos de idade, foi ainda condenado a pagar uma indemnização de cerca de 157 mil euros.
Durante o julgamento o arguido sustentou a tese de que tinha sido agredido pela vítima mortal e por dois amigos dele, alegando que agiu para se defender. Mas o colectivo de juízes concluiu que quando Rui Mendes desferiu os golpes com a navalha estava sozinho com João Pedro Monteiro, considerando que ele foi o único responsável pelos acontecimentos na noite de 24 de Novembro de 2019.
O tribunal considerou ainda que Rui Mendes adoptou uma postura imprópria para a sua idade porque era o mais velho e devia ser mais sereno, realçando ainda que não se preocupou com o estado da vítima mortal e censurando o facto de ter ido à casa-de-banho limpar o sangue e de se ter desfeito da navalha.
Como O MIRANTE já tinha noticiado na altura, os desacatos começaram no interior do estabelecimento entre um grupo de jovens, onde se incluía João Pedro Monteiro, e outro grupo de pessoas mais velhas, onde estava Rui Mendes. Um amigo de João Pedro decidiu abandonar o local e Rui Mendes saiu no seu encalço. Nessa altura Rui Mendes atirou uma garrafa contra o carro do amigo da vítima e iniciou-se uma briga. João Pedro foi em defesa do amigo e acabou esfaqueado duas vezes, uma no maxilar e outra no peito, morrendo no local.
Rui Mendes esteve inicialmente em prisão preventiva e depois ficou em prisão domiciliária, em casa da mãe, num prédio em Santarém, onde os vizinhos diziam ouvi-lo várias vezes a ralhar com a progenitora. O condenado tinha uma empresa de venda de produtos para farmácias. Durante alguns anos foi árbitro federado na Associação de Futebol de Santarém. João Pedro Monteiro vivia com o pai e ajudava-o numa exploração de ovelhas em Sobral, São Vicente do Paul.
