O Portugal dos caciques; o Portugal atrasado e analfabeto. O Portugal dos que querem continuar a dividir para reinar está vivinho da costa. Pessoas com a mesma mentalidade obscurantista de séculos passados e a mesma prosápia balofa dos que lutaram contra os cemitérios porque queriam continuar a enterrar os mortos nas igrejas e à volta delas fazem agora petições e abaixo-assinados para ressuscitar as freguesias extintas há cinco anos, que nenhuma falta fizeram desde então.
Não trazem as pistolas à cinta, como diz a letra do hino da Maria da Fonte, para matar os Cabrais progressistas, mas trazem ideias com o mofo de sempre. Liquidar os que têm mentalidade aberta e fazem avançar o país para a luz é o grande objectivo, seja através da “reversão” das freguesias, seja através da manutenção de tradições que perpetuam o domínio dos novos senhores feudais. E depois há quem se admire por continuarmos na cauda da Europa e com este perpétuo cheiro a ranço e a chulé que tudo empesta.
Dividir, dividir, dividir para tornar o que já é pequeno ainda mais pequeno. Na agricultura, no associativismo, na política...seja em que actividade for, a palavra de ordem é sempre dividir, cortar, retalhar, erguer muros, murinhos e muretes. Tudo maneirinho, rasteirinho, pigmeuzinho...
Marcolino Mário Têmpera de Sousa