A edição 1500 d’O MIRANTE traçou o retrato de alguns dos políticos ribatejanos (e não só) que, nas últimas décadas, representaram os eleitores do distrito de Santarém na Assembleia da República ou que integraram governos do país. Li com atenção e pensei com os meus botões que dessa galeria de notáveis, que andaram na primeira liga da política nacional, poucos são os que ficam para a História do país ou até da região. É a realidade nua e crua. E os que continuarem a ser recordados daqui a uns anos não o serão propriamente por boas razões ou pelo seu desempenho enquanto políticos, mas por qualquer outra faceta da sua vida.
Essa galeria de políticos é também o espelho da falta de líderes carismáticos que tem redundado na inexistência de peso político e na incapacidade que esta região tem tido nas últimas décadas para influenciar decisões políticas em Lisboa, exceptuando talvez os anos em que Miguel Relvas foi próximo de dois primeiros-ministros de Portugal. Mas, verdade se diga, Miguel Relvas também nunca foi propriamente um político desta região. Vinha cá de vez em quando...
José C. Reis