Os dois mais antigos autarcas do concelho da Golegã, que já se desentenderam mas que agora são unha com carne, estão de regresso nas próximas autárquicas para repetirem uma fórmula antiga. José Veiga Maltez, o único autarca da anterior geração que regressou à presidência da câmara depois de uma pausa imposta pela lei da limitação de mandatos, vai recandidatar-se ao segundo mandato. Na freguesia da Azinhaga, Vítor Guia, o homem que conseguiu o feito de reconciliar o escritor José Saramago com a terra, quer voltar a gerir a junta em nome do Partido Socialista.
A lista de candidatos ainda está por fechar uma vez que ainda não foi votado o nome para a freguesia do Pombalinho. Aldeia que passou de Santarém para o concelho da Golegã em 2013, naquela que foi a alteração no território a nível nacional no âmbito da reorganização administrativa que estava em curso. Para a Junta da Golegã foi escolhido o empresário Gonçalo Galrinho Santos. Para a assembleia municipal foi escolhido um nome já com experiência autárquica, que é o actual vereador Pedro Terré.
O percurso de Veiga Maltez e Vítor Guia são idênticos. Por causa de conflitos no seio do PS da Golegã durante os mandatos anteriores a 2017, ambos encabeçaram movimentos independentes. Guia, que foi vice-presidente de Veiga Maltez, criou o Grupo Independente Viver Azinhaga (GIVA) em 2005 e foi eleito para a junta. Em 2013 foi a vez de Maltez se candidatar à assembleia municipal pelo movimento independente GAP (Golegã, Azinhaga e Pombalinho). Em 2017 ambos reconciliam-se com o PS e Vítor Guia vai para o órgão deliberativo e Maltez ganha a câmara.
José Veiga Maltez tinha sido presidente do município entre 1997 e 2013 pelo Partido Socialista, embora se afirmasse sempre como independente. Nos quatro anos que esteve afastado da câmara, esta foi presidida pelo seu antigo delfim Rui Medinas. Mas Maltez não gostou da forma como ele estava a gerir o concelho e incompatibilizaram-se. Vítor Guia estava alinhado na mesma onda ao dizer em 2017 que não tencionava candidatar-se à assembleia, mas que o fazia porque queria voltar a servir o concelho que no seu entender tinha caído muito nos últimos anos.