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Burlona dos arrendamentos na Póvoa de Santa Iria continua à solta 
Fábio Carvalho foi uma das últimas vítimas da burlona dos apartamentos da Póvoa de Santa Iria. Autoridades estão a investigar mas as vítimas pedem maior rapidez

Burlona dos arrendamentos na Póvoa de Santa Iria continua à solta 

Polícia continua sem apresentar resultados na investigação à mulher que vigarizou dezenas de pessoas, lesando-as em milhares de euros. Vítimas estão a preparar-se para se unirem e agirem na justiça. Fábio Carvalho e a namorada, de Vialonga, ficaram sem 1.350 euros.

A mulher suspeita de cometer vários crimes de burla com o arrendamento de um apartamento que não era seu na Póvoa de Santa Iria continua em paradeiro incerto e a Polícia de Segurança Pública, que está a investigar o caso, ainda não a conseguiu apanhar, apesar das várias queixas que já deram entrada na esquadra.
Enquanto as autoridades andam no terreno a procurar a burlona - que desapareceu da cidade e que a vizinhança diz não ver há pelo menos um mês - várias vítimas do esquema que ficaram a arder com milhares de euros estão a preparar-se para se juntar e agir na justiça.
Um dos últimos a cair no esquema foi Fábio Carvalho, 29 anos, que é de Vialonga e vive com a namorada na Granja. Trabalha num supermercado de Vialonga e ficou sem 1.350 euros. A namorada, ao ver o anúncio de um apartamento T3 na Póvoa de Santa Iria por 450 euros, ficou com curiosidade e foi ver a casa em Fevereiro. Fábio ficou reticente dado o baixo valor do imóvel mas a burlona impôs a sua vontade.
“Foi uma pessoa afável, com discurso fluído e tudo o que ela fez e como fez pareceu bastante legítimo, até passar os recibos e fazer-nos um contrato. Ainda que tenha feito muita pressão para pagarmos logo um sinal”, conta a O MIRANTE.
Poucas horas depois da visita o casal decidiu pagar 675 euros para garantir o negócio. “Disse-nos que a casa ia entrar em obras e que ela ia mudar-se para a casa dos sogros e por isso precisava de tirar tudo o que estava no interior antes de irmos para lá. Mandou-nos o contrato e pagámos o restante, totalizando 1.350 euros”, conta.
A partir daí a história mudou. “Quando a voltámos a procurar nunca mais a encontrámos. Fomos ao prédio e os vizinhos avisaram-nos logo que já não éramos os primeiros. Foi aí que ficámos preocupados”, recorda Fábio.
Através das notícias de O MIRANTE e de conversas com outras pessoas, Fábio rapidamente percebeu que também tinha sido enganado. “Foi muito chato e muito complicado. Era dinheiro que estávamos a juntar para o nosso casamento e para uma cirurgia que a minha companheira precisava. Está a fazer-nos muita falta”, lamenta. Apresentaram queixa na PSP e por telefone ainda conseguiram falar uma vez com a burlona, que primeiro os ameaçou com processos em tribunal depois ameaçou-os de morte e por fim prometeu devolver o dinheiro às prestações, o que não aconteceu. Desde então o telefone passou a ficar desligado.

“Ela tem de ser apanhada
e julgada”
O MIRANTE também contactou os vários números da mulher, que nos foram facultados pelas vítimas, mas todos estão desligados. Fábio confessa que a sua saúde psicológica não ficou bem depois de toda a situação e valeu-lhe a boa vontade do seu actual senhorio que o ajudou nos pagamentos. Fábio está a tentar encontrar um advogado que o possa ajudar mas o dinheiro não abunda.
“Sentimos que não está a ser feito o suficiente para a deter. Muita gente caiu neste esquema e deu-lhe dinheiro. Ela tem de ser apanhada e julgada sem paninhos quentes. Estragou a vida a muita gente que ficou sem muito dinheiro. É preciso dar a cara, expor o caso e é por isso que vejo com bons olhos a criação de um grupo de vítimas”, conta.

Burlona dos arrendamentos na Póvoa de Santa Iria continua à solta 

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