O PS fez uma proposta à Câmara de Azambuja, do seu partido, para homenagear o jovem de Azambuja que ficou conhecido por salvar migrantes no Mar Mediterrâneo, mas nem o partido nem a autarquia alguma vez falaram com ele. Miguel Duarte não teve qualquer gesto de solidariedade por parte do partido ou do município quando esteve sujeito a um processo por auxílio à imigração ilegal, nem sequer quando foi ilibado do crime de que era acusado pela procuradoria de Trapani, na Sicília, a instância italiana que conduziu a fase de investigação do processo.
O activista confessa a O MIRANTE que nunca recebeu qualquer contacto de apoio por parte da autarquia garantindo que nem sequer lhe ligaram quando foi conhecida a decisão da justiça italiana no início de Março. A câmara, a reboque do partido, pretende discutir e votar a entrega de uma medalha de mérito municipal ao jovem de 28 anos, sem sequer o informar ou perguntar se pretende ser homenageado. Em 2019 já se tinha falado na câmara na possibilidade de condecorar o activista, mas a autarquia preferiu esperar pelo desfecho do processo judicial.
Em 2016, o jovem, doutorado em Matemática, voluntariou-se para resgatar refugiados no Mar Mediterrâneo através da ONG alemã Jugend Retter. Em 2018 foi constituído arguido juntamente com mais nove pessoas que, no total, resgataram cerca de 14 mil migrantes a bordo do navio Luventa.