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A sandes mais cara do Ribatejo e a transumância política na Golegã

Venturoso Manuel Serra d’Aire

As autoridades têm andado num corrupio à caça dos fura-confinamento que teimam em querer gozar a vida enquanto a maioria da malta tem que estar encafuada em casa a ver televisão, a insultar o semelhante nas redes sociais ou a inventar novas receitas para beber gin. O afã da GNR e da PSP tem produzido resultados gloriosos, segundo relatos das façanhas que vão sendo dados a conhecer pela comunicação social.
Vê lá tu, por exemplo, que há uns dias apanharam em flagrante delito um meliante a comer uma sandes dentro do carro, em Torres Novas. Uma infracção ao dever geral de recolhimento que provavelmente vai fazer o voraz delinquente arrotar 200 euros para não se armar aos cágados. Se quer comer, coma em casa, de mãos devidamente lavadinhas e longe de qualquer ser vivo de duas patas.
E se, para agravar a coisa, o tratante estivesse a devorar uma bifana ou uma sandes de courato ainda devia ter levado um correctivo maior, para aprender a não violar, à vista desarmada, o jejum que se impõe na Quaresma, enfardando carne de bácoro ou afim. Ele que dê graças a Deus por a autoridade eclesiástica já não ser o que era, senão ainda estava sujeito a umas chibatadas no lombo e mais uma resma de pai-nossos e avé marias para se entreter em casa…
Imarcescível Manuel se há coisa por que me pelo é por uma boa refrega eleitoral. Nada como ver os contendores em assanhadas discussões, assistir às declarações de amor, às facadinhas nas costas e aos abraços de urso que não podem faltar quando há que escolher nomes para encher as listas e ocupar alguns lugares relativamente bem remunerados. E digo relativamente porque se há autarcas que perdem dinheiro nessa função política em relação à sua profissão de origem, outros há a quem esses 2 ou 3 mil euros mensais parecem o jackpot do euromilhões.
Vem este relambório a propósito da animada situação da Golegã, onde os dinossauros continuam a reinar e onde os independentes passam a dependentes do poder socialista com uma cadência assinalável. Tiro o meu chapéu de cowboy ao presidente, médico e cavaleiro Veiga Maltez, que tem tanta arte para esvaziar a oposição, interna e externa, como tem para curar alguns ‘pacientes’ que sofrem de flatulência política.
A transumância entre o PS e independentes tem sido tanta nos últimos anos que parece um carrossel: uns entram independentes e saem socialistas; outros entram socialistas e saem independentes; e outros há que já foram candidatos pelos socialistas, passaram a independentes e depois voltaram a ser socialistas. É realmente de pôr a cabeça a andar à roda.
Saudações pascais do
Serafim das Neves

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