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BES colocou Cruz Vermelha de Aveiras de Cima em coma mas instituição deu a volta
Cruz Vermelha de Aveiras de Cima sonha com um novo quartel há mais de duas décadas

BES colocou Cruz Vermelha de Aveiras de Cima em coma mas instituição deu a volta

Em 2014 a instituição do concelho de Azambuja sofreu com o colapso do BES e esteve em risco de perder uma pequena fortuna que tinha em aplicações financeiras. Chegou a uma altura que só tinha mil euros para pagar salários, mas agora já respira saúde.

Em 2016 a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, Azambuja, estava à beira do colapso com apenas mil euros no banco e 14 salários de funcionários para pagar. A instituição tinha sido arrastada com a crise do BES dois anos antes e perdeu cerca de um milhão de euros que tinha em aplicações financeiras e que serviriam para construir um novo quartel, que só agora vai avançar. Este foi o pior acidente da instituição, que comemora 36 anos de actividade. A história é contada por Pedro Vieira, que assumiu o cargo de director executivo há dois anos, quando o actual presidente, José Torres, entrou de baixa médica devido a uma leucemia.
Nos últimos anos, a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima conseguiu recuperar parte do dinheiro, que será agora investido na construção do novo quartel. Num grande esforço de controlo das contas, a instituição consegue suportar sem dores de cabeça as despesas, que vão desde os salários de 16 funcionários até, numa vertente de apoio social, à aquisição de alimentos para apoiar mais de 100 famílias no concelho de Azambuja e concelhos limítrofes.
Apesar de a Cruz Vermelha ser uma instituição de apoio à população, ela tem de ser auto-sustentável, sublinha Pedro Vieira. O dinheiro que entra nos cofres da instituição provém de um subsídio de 2.500 euros mensais da Câmara de Azambuja, mas sobretudo da prestação de serviços, como o transporte de doentes para os hospitais. A realização de testes à Covid-19 também tem sido uma fonte de receita, mas que está a decrescer devido à diminuição da procura.

A pobreza que se descobre durante os serviços
Muitos dos casos de famílias em dificuldades apoiadas pela Cruz Vermelha de Aveiras de Cima foram descobertos durante os serviços prestados pelos operacionais. Pedro Vieira não tem dúvidas que ainda há muita pobreza escondida, que nem sempre chega ao conhecimento das autarquias, na maioria das vezes por vergonha das pessoas. “Uma pessoa que precisa de comida pediu-me para ir entregá-la a casa dela porque tinha vergonha de dar a cara e vir aqui buscá-la”, relata o dirigente da instituição, que conta com a ajuda de 64 voluntários, o número mais baixo desde o início da pandemia.

Novo quartel deve ser uma realidade ainda este ano

Há pelo menos 20 anos que a delegação de Aveiras de Cima da Cruz Vermelha Portuguesa sonha com novas instalações. O terreno para onde estava prevista a construção, na Quinta do Mor, estava inserido em Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI). Em 2007 a Câmara de Azambuja iniciou o processo de legalização do espaço com um lote reservado para a instituição. A situação arrastou-se até 2017, ano em que o espaço foi entregue à Cruz Vermelha.
O novo quartel vai custar cerca de 700 mil euros mais IVA. O projecto já está concluído e Pedro Vieira avança a O MIRANTE que o concurso irá ser lançado nas próximas semanas, estimando que as novas instalações estejam concluídas até ao final de 2021.

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