Mercado da Chamusca vai ser ocupado por antigos comerciantes
As obras no Mercado Municipal da Chamusca terminaram ao fim de mais de quatro anos. Depois de várias promessas de reabertura, e por falta de interessados nas lojas, vai reabrir com os três comerciantes que entretanto têm ocupado a rua com as suas bancas.
O Mercado Municipal da Chamusca vai reabrir, mais de quatro anos depois, com os antigos comerciantes que têm vendido na rua enquanto o espaço esteve fechado para requalificação. A notícia foi dada pelo presidente do município, Paulo Queimado (PS), na última reunião do executivo, que se realizou a 6 de Abril.
O autarca informou que as obras em falta foram concluídas e que o mercado está pronto para ser utilizado. O problema tem sido encontrar interessados em ocupar as 15 lojas disponíveis. Recorde-se que Paulo Queimado disse, em sessão camarária, que havia muitas pessoas interessadas no aluguer dos espaços em leilão; o certo é que a única hasta pública, realizada a 4 de Novembro de 2020, contou com a presença de apenas uma pessoa.
O MIRANTE esteve presente nessa sessão e falou com a única interessada, que pretende abrir um negócio de restauração, tendo ficado com uma das lojas por 150 euros e uma renda mensal de 60 euros. O MIRANTE soube, entretanto, que a empresária não ficou esclarecida com o contrato que assinou, principalmente por não lhe ter sido disponibilizado o caderno de encargos, nem o regulamento do mercado, de forma a aceitar, em consciência, o que lhe é exigido pelo município. Outra das alíneas da minuta do contrato de ocupação da loja define o pagamento de taxas, mas não especifica o tipo de taxas.
As obras de requalificação do Mercado Municipal da Chamusca duraram há mais de quatro anos e sofreram vários contratempos. Paulo Queimado chegou a afirmar, em reunião de executivo, sentir vergonha de passar junto ao espaço por estar há tanto tempo fechado. O atraso de mais de quatro anos deveu-se a vários factores, nomeadamente o primeiro concurso público ter ficado deserto, problemas com a instalação eléctrica, decoração e mobiliário para as lojas, e outros acabamentos.
À margem
O melhor exemplo da fraca gestão do executivo socialista e de Paulo Queimado é o Mercado Municipal da Chamusca. Deixar arrastar uma obra durante cinco anos, sem nunca se preocuparem em arranjar um espaço de substituição para os comerciantes que ali ganhavam a vida, é de bradar aos céus. A falta de noção do autarca da Chamusca ao prometer, em reuniões de câmara e assembleia municipal, a reabertura do mercado, sabendo que não havia condições para o efeito, diz muito da forma como se faz política na Chamusca. Finalmente o mercado vai reabrir para acolher os comerciantes que vendem na rua desde que o mercado fechou. Tudo a poucos meses das eleições autárquicas; para que não passem quatro anos de mandato sem inaugurarem uma obra.