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Ponte Marechal Carmona é um perigo para quem anda na estrada
Ponte Marechal Carmona precisa de obras há vários anos mas Infraestruturas de Portugal tem feito orelhas moucas aos apelos da autarquia de VFX

Ponte Marechal Carmona é um perigo para quem anda na estrada

Ponte usada diariamente por milhares de automobilistas está há mais de três anos à espera de obras. A Infraestruturas de Portugal tem a decorrer o concurso para elaboração do projecto mas o presidente do município mostra-se cauteloso e lembra que as obras já são faladas há muito tempo.

Está a decorrer o concurso público para adjudicação do projecto de reabilitação geral da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, e o Governo espera que o projecto possa estar concluído e aprovado durante o último trimestre de 2021. A informação foi avançada na última semana pelo gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em resposta a uma questão colocada pela deputada do Bloco de Esquerda Isabel Pires.
O estado de conservação da ponte veio a lume, também, na última reunião pública do executivo, com Carlos Patrão, vereador do BE, a solicitar um ponto de situação ao presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), sobre o assunto. “Efectivamente a IP tem-nos dito que os procedimentos para as obras de manutenção estão a avançar mas já ouvimos isso há muito tempo”, afirmou Mesquita, não acreditando que a solução para o problema esteja para breve.
A ponte de Vila Franca de Xira, usada diariamente por milhares de automobilistas e a única passagem rodoviária sobre o rio Tejo na área de Lisboa onde não se paga portagem para atravessar e está há pelo menos três anos a necessitar de obras de reabilitação que têm sido sucessivamente adiadas.
Chegou a haver uma intenção de trabalhos em cima da mesa, na ordem dos dois milhões de euros, visando intervenções nas juntas de dilatação, pilares, pavimento, passeios, pintura geral e tratamento das superfícies de betão mas a intervenção nunca avançou. Também continua a ser considerada urgente a pintura do piso e a reparação dos 85 focos de luz - dos 120 existentes - que não funcionam.
O Governo explica que a IP já tem o projecto concluído para a substituição da infraestrutura de iluminação pública existente, estando a desenvolver contactos com o município para celebrar um acordo de gestão que regulará as responsabilidades das partes em matéria do fornecimento de energia e manutenção do sistema.
Alberto Mesquita diz ser estranho que para avançar os trabalhos de substituição das luminárias da ponte seja preciso um acordo de gestão com a câmara e defende que a IP deve avançar já com as obras e tratar do resto depois. Em 2017 a IP dizia que a ponte estava num estado considerado “bom” embora reconhecesse que era necessário realizar trabalhos de reabilitação.

Ponte celebra 70 anos
Em 1924 o município de Vila Franca de Xira faz o primeiro pedido oficial para que fosse construída uma ponte sobre o rio Tejo junto à cidade mas a construção só avançou no final da década de 1940. Abriu ao trânsito a 30 de Dezembro de 1951. Tem 1.224 metros de comprimento e um tabuleiro central de 524 metros divididos em cinco vãos de 104 metros cada e três faixas de rodagem, duas delas no sentido Porto Alto-Vila Franca de Xira. A travessia deu que falar em Janeiro de 2019 depois do vereador do Bloco de Esquerda, Carlos Patrão, ter proposto a mudança do nome da ponte, passando de Marechal Carmona para simplesmente Ponte de Vila Franca de Xira.

À margem

A ponte Marechal Carmona é o símbolo maior e mais emblemático do concelho de Vila Franca de Xira. Está em todos os folhetos turísticos do concelho, nos vídeos promocionais, e os seus arcos foram usados como inspiração para a nova imagem institucional da câmara municipal. É a maior obra de engenharia pública jamais realizada naquele território. A forma como tem sido deixada ao abandono pelos sucessivos Governos e organismos públicos merece inquietação popular. A degradação causada por anos de utilização intensiva sente-se e basta passar na estrutura para perceber que já tarda uma intervenção séria. Os projectores dos arcos estão apagados há mais de uma década; a maioria dos candeeiros também não dão luz. O piso já viu melhores dias, as faixas de rodagem são estreitas e carecem de alargamento; as marcações no piso estão esbatidas em muitos locais. Se a ponte 25 de Abril, em Lisboa, estivesse no estado em que se encontra a Marechal Carmona, que diriam as entidades responsáveis pela sua manutenção? Ou será que conseguir iluminar uma ponte durante a noite é uma tarefa demasiado hercúlea para um país desenvolvido como Portugal?.

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