Antigo bairro militar pode virar alojamento para estudantes
Criação de subfundo para reabilitar as antigas casas dos oficiais da antiga Escola Prática de Cavalaria está em renegociação, o que constitui mais um impasse num processo que se arrasta há anos. Entretanto as casas continuam a degradar-se.
A Fundiestamo e a Câmara de Santarém continuam a negociar a criação de um subfundo com os quatro edifícios do bairro militar da antiga Escola Prática de Cavalaria, devolutos e ao abandono há mais de uma década, tendo-se registado mais uma reviravolta, estando agora em análise a disponibilização dos fogos, após reabilitação, para alojamento estudantil.
A administradora executiva da Fundiestamo, Paula d’Orey, afirmou à Lusa que decorrem negociações com várias entidades, as quais não especificou, para o seu envolvimento no projecto, o qual aponta para a criação de “oito fogos ou 30 quartos individuais por bloco para alojamento estudantil”.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, que assinou o acordo com a Fundiestamo em Novembro de 2018, disse à Lusa que o município concordou em colocar os quatro edifícios com quatro pisos que acolheram oficiais da antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC) e ainda uma verba na ordem dos 200.000 euros como unidades de participação no fundo, mas que a proposta foi alterada em moldes que o município não aceitou.
“Chegou uma altura em que era o município quase que tinha de suportar tudo”, disse o autarca, afirmando que no final de 2020 ponderou abandonar o projecto. Segundo Ricardo Gonçalves, isso só não aconteceu porque a Fundiestamo apresentou um novo estudo, propondo que, ao invés de habitação a custos controlados para jovens casais, como inicialmente previsto, os imóveis se destinem a alojamento de estudantes.
Ricardo Gonçalves afirmou que está em estudo o envolvimento de uma terceira entidade, que admitiu poder ser o Politécnico de Santarém, estando “algumas questões” a ser verificadas. “O estudo tem algumas obrigações para todas as partes que têm de ser analisadas”, disse.
Com a retirada da EPC de Santarém, no final de 2006, o antigo bairro militar – composto por quatro blocos com quatro pisos, num total de 32 apartamentos - entrou num processo acelerado de degradação. Passou a integrar o património do município, juntamente com o antigo quartel, no âmbito de um protocolo assinado há uma década.