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Ser dirigente associativo é mais difícil que prior da freguesia

As câmaras municipais precisam de começar a investir na formação de dirigentes associativos. E os partidos políticos como o PS precisam de se livrar dos deputados das negociatas e devolverem à política os ideais de Abril e não os velhos costumes do Portugal salazarento que tanto criticamos.

Os amigos do alheio descobriram uma nova forma de ganhar dinheiro; ao que parece os catalisadores dos carros dão muito dinheiro, mesmo roubados e depois vendidos por baixo da mesa. As queixas têm caído na redacção de O MIRANTE com desabafos que merecem respeito. A maioria dos pessoas roubadas é gente remediada, agora mais pobres do que ontem por causa da pandemia, a quem este tipo de roubos faz moça na carteira e revolta a alma. Bem basta os tempos que vivemos e ainda temos que contribuir para o orçamento dos malfeitores, uns que roubam por maldade e outros só porque precisam de dinheiro para o vício.

Sem lei e sem ordem as pessoas revoltam-se; sentem-se injustiçadas e não votam nas eleições, não participam na vida da comunidade, não se organizam em associações de moradores, enfim, não cumprem o seu dever de cidadania. O caso do deputado António Gameiro pode vir a revelar-se mais um escândalo dentro do Partido Socialista que, desde José Sócrates, tudo tem feito para vivermos segundo as regras do príncipe siciliano: “tudo deve mudar para que tudo fique como está”. João Cravinho, antigo ministro dos governos do PS, ainda vivo e a respirar saúde, está aí para testemunhar o fracasso da sua luta contra a corrupção dentro do partido, projectos que tiveram a solidariedade e o trabalho de muitos outros dirigentes, mas que acabaram na gaveta de uma forma vergonhosa, culpa também dos partidos da oposição, ao deixarem cair no esquecimento luta antigas como a de João Cravinho, que queria por ordem no sistema criminoso que se instalou e aparentemente está para durar.

Com a morte lenta do associativismo, as câmaras municipais têm agora mais do que nunca um papel fundamental na formação de dirigentes e no apoio aos clubes e colectividades que fecham ou diminuem drasticamente as suas actividades. Nas últimas décadas o dirigente associativo desapareceu pelas razões que todos conhecemos: responsabilidades acrescidas com o Estado, aumento do custo de vida, falta de cidadania que leva a falta de associados, etc, etc. É mais difícil nos dias de hoje ser dirigente associativo que prior da freguesia.

A entrevista que publicamos nesta edição com Francisco Jerónimo é esclarecedora. Mas a minha crónica tem um âmbito muito mais alargado. Interessam-me os clubes de futebol mas muito mais as colectividades onde se joga ping-pong, bilhar, jogos de mesa como o xadrez e as damas, que são dos mais importantes na formação humana e intelectual de qualquer pessoa e em qualquer idade.

Sou um dos que beneficiou do apogeu das colectividades. Na minha terra havia três que frequentava diariamente e em todas elas me divertia e praticava desporto, muitas vezes o de beber e comer até ficar bêbado; mas nem disso me arrependo. Todas as asneiras que pratiquei aos 20 anos serviram de lição para o resto da vida; e ainda hoje marcam a minha atitude perante o vício do consumo de álcool, droga, tabaco e prática dos jogos de azar. Ainda sou viciado nisso tudo mas, se consumo, é com moderação e apenas quando o rei faz anos. JAE.

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