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Autarca de Alverca sugere revolta popular contra aterro e promete cortar acessos
Carlos Gonçalves, presidente da Junta de Alverca, está disposto a cortar os acessos ao aterro e a encabeçar um protesto popular

Autarca de Alverca sugere revolta popular contra aterro e promete cortar acessos

O presidente da Junta de Freguesia de Alverca e Sobralinho admite cortar estradas de acesso ao aterro de Mato da Cruz para forçar Valorsul a fechar aquele equipamento no final deste ano. Empresa condena insinuações e garante cumprir com as normas.

O presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho quer o aterro sanitário de Mato da Cruz fechado no final deste ano e está preparado para liderar uma revolta popular contra aquele equipamento que pode passar pelo corte dos acessos e protestos junto à empresa.

Carlos Gonçalves diz que Alverca e sobretudo as localidades que vivem paredes meias com o aterro - Arcena e Bom Sucesso - não podem continuar a conviver com os impactos nefastos do equipamento e contesta o prolongamento do seu funcionamento para lá deste ano. “Estamos disponíveis para cortar todos os acessos ao aterro se for necessário. Já lutámos para conter a ampliação do aterro no passado e ganhámos. Por isso a população deve unir-se para agora obrigar ao fecho daquele espaço ainda este ano”, apela.

O fecho do aterro chegou a ser apontado para 2021 mas como o equipamento ainda está longe de estar esgotado vai manter-se em funcionamento. Não há ainda, sequer, localização alternativa.

O presidente da junta diz que a população não pode continuar a concordar em conviver com os impactos diários do aterro e exige “imediatamente” que a Valorsul apresente um local alternativo para que Mato da Cruz possa ser encerrado. O assunto veio a lume na última assembleia de freguesia, com alguns eleitos da oposição a exigirem também o fecho do equipamento.

Carlos Gonçalves alerta para a existência de inertes “com mais de sete andares de altura” e deposição de massas contendo produtos altamente tóxicos como mercúrio e chumbo, que diz estarem ao ar livre, “sujeitos à erosão e a espalharem-se pelo ar e a serem respirados” por quem vive na Calhandriz e Arcena.

O autarca lamenta não existir um estudo real dos impactos directos do aterro na saúde da população, alerta para “cada vez mais casos de cancro” na população jovem da freguesia e defende a realização de um estudo de saúde pública urgente que tire todas essas dúvidas.

Valorsul refuta “insinuações”

Contactada por O MIRANTE a Valorsul “refuta veementemente quaisquer declarações ou insinuações” dos autarcas de Alverca que coloquem em causa a boa gestão ambiental do aterro. A empresa não respondeu directamente às questões da toxicidade dos resíduos ali depositados e das condições de deposição do lixo lembrando apenas que se orgulha de ter os seus processos de tratamento e valorização certificados por entidade externa segundo “as mais rigorosas normas internacionais”.

Diz a Valorsul que o aterro é “exemplar” na prossecução das melhores práticas de gestão deste tipo de instalações, lembrando que a instalação funciona há 22 anos detendo uma licença ambiental concedida pela Agência Portuguesa do Ambiente, “que estabelece um extenso e rigoroso programa de monitorização ambiental”.

A empresa confirma ter incluído no seu plano de investimentos para o triénio 2019-2021 a primeira fase da selagem do aterro mas não o seu total encerramento, como O MIRANTE já dera nota.

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