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Benavente celebrou Abril com recados sobre o que falta cumprir
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, refere o Serviço Nacional de Saúde como uma das grandes conquistas do 25 de Abril

Benavente celebrou Abril com recados sobre o que falta cumprir

A justiça, a igualdade, a falta de segurança e de médicos no concelho foram os temas de destaque dos discursos que assinalaram a comemoração do 25 de Abril em Benanvente.

Sem o tradicional desfile de associações e colectividades pelas ruas da vila o 25 de Abril celebrou-se em Benavente no cine-teatro com muitas cadeiras vazias. Foi uma celebração tímida, com cumprimentos feitos a medo, que ficou longe da enchente que todos os anos se concentrava no salão nobre da câmara municipal e praça do município. Mas não faltaram os cravos nas mãos ou nas lapelas dos cerca de meia centena de presentes, a contar com os autarcas locais, nem os cânticos das senhas que marcaram a revolução.

Nos discursos dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal de Benavente (PS, PSD e CDU), lembraram-se as conquistas da revolução e as que faltam cumprir. A justiça, a segurança e a igualdade de direitos foram os temas em destaque. O populismo emergente como ameaça à democracia também não foi esquecido e a falta de jovens na plateia foi motivo de crítica e preocupação.

Presidente manda recado sobre falta de médicos e de guardas

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU) foi o primeiro a discursar recordando o “feito heróico do povo português” que permitiu derrubar o regime fascista há 47 anos. Sublinhando que a justiça e a segurança são fundamentais para se viver em democracia, defendeu uma “justiça mais equitativa e célere” e voltou a criticar a carência de militares da GNR. “Não podemos aceitar que ponham em causa os direitos de uma comunidade. Impõe-se ao Governo deste país que tome medidas eficazes”, disse.

Carlos Coutinho não esqueceu o Sistema Nacional de Saúde - “uma das grandes conquistas de Abril”- defendendo que “é preciso reforçá-lo” no concelho de Benavente, onde há falta de médicos. Para o Governo foi ainda mais um recado: a decisão da implementação de um novo aeroporto tem de ser tomada respeitando os valores de Abril, caia ela para o Montijo ou para o Campo de Tiro de Alcochete, em Samora Correia.

Ainda do lado da CDU, Mário Pereira que começou a intervenção por louvar o Partidos Comunista Português pelos seus 100 anos e pela importância que teve na conquista da liberdade, alertou para o perigo de “embarcar em modas contrárias aos valores de Abril”, numa alusão à emergente extrema-direita em Portugal.

Pelo PS subiu ao púlpito Leonor Dias que deu destaque à luta contra a discriminação de crenças, ideologias, sexo e orientação sexual e às desigualdades sociais que ainda imperam. Os recados foram maioritariamente para a Câmara de Benavente, governada pela CDU e que precisa, na opinião do PS, de “criar medidas atractivas para a fixação de médicos no concelho, aproveitar fundos comunitários para a instalação de infra-estruturas de relevância nacional e de estruturas para idosos, apoiar mais as empresas e apostar na mobilidade suave”.

Do lado do PSD, Dora Morgado escolheu revisitar o seu passado para contar que aquando da revolução tinha nove anos e não percebeu a importância da data. A eleita falou da urgência de implementar políticas modernas e construtivas e não esqueceu as promessas de Abril que faltam cumprir, nem a ausência de estratégia do executivo CDU para o desenvolvimento do concelho.

Para o fim ficou a presidente da assembleia municipal, Irina Baptista (CDU), que optou por um discurso virado para as mulheres que “lutam todos os dias” pela igualdade e respeito.

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