A informação sobre a existência de dois importantes povoados pré-históricos em Tomar é o maior aliciante do livro “As origens de Tomar – Carta arqueológica do concelho”, da autoria de Carlos Batata e com edição do município. A obra foi lançada no domingo, 18 de Abril, no Complexo Cultural da Levada e contou com a presença de Anabela Freitas e Hugo Cristóvão, presidente e vice-presidente da autarquia, que explicaram que a obra surgiu na sequência da revisão do Plano Diretor Municipal.

Carlos Batata, arqueólogo de profissão, que já tinha publicado, em 1997, uma versão menos completa da Carta, explicou que a nova versão resulta do facto de a legislação portuguesa obrigar os arqueólogos a acompanharem determinadas obras, o que lhe permitiu fazer novas descobertas sobre o concelho de Tomar, e, em especial, sobre a cidade. O autor anunciou a existência do povoado pré-histórico da Fonte Quente, com cerca de 20 hectares, descoberto no âmbito da empreitada de construção do IC9, ou das termas públicas romanas, junto ao pavilhão municipal, na altura da construção de um parque de estacionamento subterrâneo.

As várias intervenções nas ruas do centro histórico de Tomar também permitiram que Carlos Batata encontrasse vestígios de que a cidade romana se expandia para a margem direita do rio, e que a ela se deve o traçado rectilíneo que ainda hoje apresenta. Por outro lado, foram encontrados mais de duas centenas de silos no subsolo, de origem islâmica, alguns dos quais na Mata Nacional dos Sete Montes, que permitiram ao autor avançar com a ideia de que, não só terá existido um povoado árabe, mas também a fortaleza terá sido originalmente construída pelos muçulmanos.