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Mordedura de cobra em Constância dá uma semana no hospital
Alzira Valador matou a cobra que mordeu o marido, ajudando assim a identificar o antídoto mais rapidamente

Mordedura de cobra em Constância dá uma semana no hospital

Manuel Valador foi atacado por uma víbora cornuda no jardim de casa, na Portela, em Constância, e esteve uma semana internado. A esposa matou a cobra venenosa permitindo que o antídoto que curou o marido fosse rapidamente identificado.

Manuel Valador, de 60 anos, estava a fazer jardinagem quando foi mordido num dedo de uma mão por uma víbora cornuda. O ataque da víbora mais venenosa de Portugal foi tão rápido que o homem, residente na Portela de Santa Margarida, em Constância, nem se apercebeu do réptil. “Não viu nada. Começou logo a gritar muito com dores e a mão a inchar e a ficar negra”, conta a O MIRANTE Alzira Valador, na terça-feira, 27 de Abril, horas antes de o marido ter tido alta hospitalar.

Depois de pedir socorro, Alzira Valador voltou ao jardim na tentativa de perceber que animal tinha deixado o marido naquele estado. A cobra estava praticamente no mesmo sítio, refugiada no meio das ervas, pronta a atacar novamente. “Começou a enrolar-se na enxada mas matei-a, sem pensar duas vezes”, recorda a mulher, que só depois soube que não é permitido no país matar este réptil, por ser espécie protegida.

A acção da mulher acabou por ajudar no tratamento de Manuel Valador, ao permitir que no local o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR conseguisse, através de registos fotográficos de cobras, identificar a espécie e o antídoto para o veneno. Manuel Valador esteve oito dias internado no Hospital de Abrantes, três dos quais passados na Unidade de Cuidados Intensivos. “Teve dores horríveis e só começou a melhorar depois da toma do antídoto. Tivemos muito medo”, refere a esposa, acrescentando que depois do susto tomaram a decisão de cimentar o jardim.

Veneno não é letal

Segundo o comandante dos Bombeiros de Constância, Marco Gomes, a víbora cornuda não é uma espécie muito habitual na zona, sendo o seu ‘habitat’ em serras e zonas mais rochosas e que habitualmente não ataca se não se sentir ameaçada”. Neste caso, o homem, ao estar a arrancar as ervas no jardim de sua casa, deve ter tocado na cobra e esta atacou, sentindo-se ameaçada, disse o comandante, acrescentando que se tratava de um exemplar juvenil, com cerca de 15 centímetros.

Não se sabe quantas víboras-cornudas existem em Portugal, mas sabe-se que a espécie é tímida, muito difícil de detectar e só atacam quando se sentem ameaçadas. Estima-se que haja por ano 200 mordidelas de víboras ibéricas, em Portugal e Espanha. Quanto ao veneno não é letal mas excepcionalmente pode representar perigo de vida.

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