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Escola Superior de Tecnologia de Abrantes avança mesmo sem fundos comunitários
Apresentação do projecto das novas instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes contou com a presença do secretário de Estado João Sobrinho Teixeira

Escola Superior de Tecnologia de Abrantes avança mesmo sem fundos comunitários

A ESTA vai ter novas instalações no Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes num projecto que prevê um investimento de cerca de quatro milhões de euros. Ainda não está garantido o apoio de fundos comunitários.

A promessa de investimento financiado por fundos comunitários na renovação da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) dura há mais de uma década mas, perante a passividade em levar o barco a bom porto, a Câmara de Abrantes e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) arrepiaram caminho e anunciaram as novas instalações, mesmo sem a certeza de receberem o apoio europeu.

“Levamos mais de 10 anos de expectativas e anúncios da mudança da ESTA do centro da cidade para o Tagusvalley - Parque de Ciência e Tecnologia. Independentemente do apoio de fundos comunitários a mudança vai acontecer, vai ter um custo de cerca de quatro milhões de euros e o concurso para a empreitada vai ser lançado durante o ano de 2021”, garantiu o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), numa cerimónia de apresentação do projecto, no Tagusvalley, que contou com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira.

O autarca foi o primeiro a discursar, destacando-se pelo entusiasmo com que sublinhou a importância de reforçar a ligação entre a comunidade escolar, científica e o mercado de trabalho no desenvolvimento da região.
Com o mesmo vigor, João Coroado, presidente do IPT, reiterou, em declarações a O MIRANTE, que esta mudança representa um “salto” que a instituição está a dar na cooperação com as empresas da região: “Queremos reter os estudantes que vivem no Ribatejo, mas também trabalhamos muito para captar novos talentos. Recordo que temos dois centros de investigação que são financiados pela Fundação de Ciência e Tecnologia, um ligado às cidades inteligentes e outro à preservação e valorização do património, e ainda temos uma unidade de gestão ligada às humanidades, e uma Cátedra UNESCO ligada às humanidades e gestão do património”, salientou.

A cerimónia, que teve na plateia cerca de três dezenas de pessoas, também foi marcada pelo discurso de Augusto Mateus, presidente do Conselho Geral do IPT, que referiu que “o IPT como instituição moderna, competitiva e bem organizada, tem de mudar drasticamente, na medida em que deve utilizar menos recursos no que é corriqueiro, e óbvio, e passar a debruçar-se mais na relação com os agentes económicos da região”.

A nova ESTA, que tem neste momento cerca de quatro centenas de alunos matriculados, tem um prazo de construção previsto de 720 dias e insere-se na reconversão de parte do edifício E9 integrado no Parque de Ciência de Tecnologia de Abrantes. A nova escola vai ter uma área de cerca de três mil metros quadrados.
João Sobrinho Teixeira, que discursou no final da iniciativa, não se comprometeu com apoio do Governo ao investimento, apontando, no entanto, para linhas de financiamento de fundos comunitários que vão “abrir em breve no âmbito da qualificação das populações jovem e adulta, em envolvência com as empresas”.

Homenagens a colaboradores com 25 anos de IPT

Os maiores aplausos da sessão ficaram guardados para as homenagens aos colaboradores com 25 ou mais anos de trabalho no Instituto Politécnico de Tomar. O primeiro homenageado foi o antigo director do IPT, Eugénio Pina de Almeida. A O MIRANTE, o professor, que esteve na base da fundação da ESTA, sublinhou o facto desta mudança ser uma velha ambição uma vez que, tendo em conta o crescimento acentuado da instituição, não era possível continuar nas mesmas instalações, localizadas no edifício do antigo Tribunal de Abrantes. “Estas instalações, com a configuração que têm, vão atrair mais estudantes e motivar as pessoas que aqui trabalham porque têm melhores condições”, reforçou.

Vítor de Jesus, director do curso de Design e Artes Gráficas, demonstrou-se satisfeito pelo reconhecimento do esforço que tem vindo a realizar, em conjunto com os seus colegas, em prol do desenvolvimento dos estudantes do IPT como excelentes alunos, mas, sobretudo, como bons cidadãos. “Gosto de ver que o IPT não tem mãos a medir no que a projectos diz respeito. Tentamos estar sempre na crista da onda, sermos cada vez melhores a ensinar os nossos alunos e torná-los autónomos para irem para o mercado de trabalho com as competências necessárias para marcarem a diferença no tecido empresarial da região”, vincou a O MIRANTE.

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