A socialista Fernanda Asseiceira não escondeu a nostalgia por estar a cerca de cinco meses de terminar o seu terceiro e último mandato à frente da Câmara de Alcanena. A autarca confessou a O MIRANTE, no final da sessão solene dos 107º aniversário da elevação de Alcanena a concelho, que foram 12 anos de intensidade extrema e muita entrega à presidência do município. “Tenho o sentimento de missão cumprida e desejo que o futuro continue a ser promissor para o concelho”, afirmou.
Durante o seu discurso, na manhã de sábado, 8 de Maio, no Cine-Teatro São Pedro, Fernanda Asseiceira admitiu ter passado momentos pessoais muito difíceis como a morte dos seus pais no espaço de um mês. A nível político diz que o mais difícil foi a necessidade de implementar um Plano de Saneamento Financeiro para diminuir a dívida do município, situação já ultrapassada. As questões ambientais e a pandemia foram outros momentos complicados sublinhando que a pandemia foi de facto o mais difícil de gerir enquanto autarca.

Num discurso extenso, que durou quase uma hora, Fernanda Asseiceira garante que Alcanena é hoje um concelho mais solidário, mais educador, mais seguro e que pretendem ser um concelho cada vez mais jovem. A autarca recordou que quando chegou à câmara, em 2009, a dívida do município era de cerca de 20 milhões de euros e que, em 2021, está em cerca de cinco milhões.

Fernanda Asseiceira falou dos vários investimentos realizados durante os seus três mandatos e destacou a requalificação do novo quartel da GNR e a criação da empresa municipal Aquanena, que gere o serviço de água e saneamento do concelho.

Primeiro discurso do candidato Hugo Santarém

Quem também discursou foi Hugo Santarém, vereador e candidato do PS à presidência da Câmara de Alcanena nas eleições autárquicas que se realizam este ano. Falou da pandemia e elogiou o trabalho dos bombeiros. Mostrou-se defensor da reversão da lei de agregação das freguesias e referiu que o PS tem contribuído bastante para tornar Alcanena um concelho mais atractivo, lembrando que conseguiram garantir um financiamento de cerca de cinco milhões de euros para melhorar o sistema de tratamento de resíduos e resolver problemas ambientais.

À semelhança de Fernanda Asseiceira, o autarca também falou da concretização do parque empresarial, num espaço com 140 hectares, junto ao nó da A1. Hugo Santarém terminou a sua intervenção elogiando o trabalho de Fernanda Asseiceira à frente da Câmara de Alcanena.

Durante a sessão solene também intervieram Sousel Frazão, da CDU, e Maria João Rodolfo, da coligação PSD/CDS/MPT. Sousel Frazão criticou a falta de actividade económica no concelho, que leva a que os jovens saíam para estudar e já não regressem por falta de condições e oportunidades de trabalho.

A vereadora Maria João Rodolfo lamentou que o dia do concelho tenha cada vez menos participação e alertou para a necessidade de haver uma gestão autárquica transparente pois só assim se consegue ter um concelho melhor.

Reconhecimento ao mérito

As celebrações incluíram a entrega de condecorações a diversas personalidades e entidades. A medalha de valor e altruísmo do município foi entregue ao Serviço Nacional de Saúde, tendo-a recebido o secretário de Estado, António Lacerda Sales. A medalha de mérito – grau ouro foi atribuída ao Agrupamento de Escolas de Alcanena, à empresa Azêdo &Ferreira, ao dramaturgo Bernardo Santareno (título póstumo) e a quatro médicos locais aposentados: Fernando Sales, Ana Maria Baptista, Maria Nunes e José Ruivo.

A medalha de ouro do município foi entregue ao ex-presidente da câmara, Luís Azevedo. A medalha de mérito – grau prata foi entregue aos professores aposentados do concelho, entre Maio de 2019 e Maio de 2021: Elza Caseiro, Maria Achega, Leonor Marques e Filomena Moniz.

A medalha de mérito – grau bronze foi para as instituições e associações: Associação “A Casinha” – Centro de Acolhimento de Monsanto; Centro de Bem Estar Social da Serra de Santo António; Associação de Caçadores da Louriceira; APAL – Associação de Pais de Alcanena; APECC – Associação de Pais e Encarregados de Educação de Covão do Coelho; Agrupamento de Escuteiros de Minde – 1336.