Fogo destrói apartamento e causa pânico em prédio de Alhandra
Moradores de um prédio em Alhandra não ganharam para o susto quando na noite de sábado chamas irromperam das janelas de um apartamento e uma nuvem de fumo espesso invadiu todo o edifício. Inalação de fumos levou quatro pessoas ao hospital e a normalidade ainda está longe de chegar.
Quatro pessoas foram temporariamente realojadas pelo município num hostel de Vila Franca de Xira enquanto procuram residência temporária junto de familiares e amigos depois dos apartamentos em que viviam em Alhandra terem ficado destruídos num incêndio. O fogo começou cerca das 22h20 de sábado, 8 de Maio, no Bairro Fundo de Fomento da Habitação, em Alhandra. Destruiu completamente um apartamento municipal e deixou inabitável o que se encontrava directamente por cima. Os restantes apartamentos não sofreram danos. Os ocupantes do apartamento onde o fogo começou perderam todo o recheio e os bens que foram acumulando ao longo de uma vida.
As autoridades acreditam que as chamas começaram no quarto do primeiro andar esquerdo. A moradora da casa, de 42 anos, só se apercebeu da situação quando sentiu um cheiro a queimado dentro de casa e fumo a sair do quarto. Acredita-se que as chamas poderão ter tido origem num curto-circuito.
A subida repentina da temperatura, bem como a grande nuvem de fumo negro espesso que se lhe seguiu, causou apreensão e medo nos restantes moradores, o que tornou a evacuação mais demorada.
“Foi como descer ao inferno”
Etelvina Ramos, 63 anos, vive no terceiro andar do edifício e dois dias depois do acidente continuava em choque com tudo o que aconteceu. Reside ali há 41 anos com o marido e o seu apartamento ainda está a ser limpo. O fumo intenso a queimado ainda não desapareceu. “Só demos pelo que estava a acontecer quando ouvimos gente a falar em fogo e quando fomos à janela vimos chamas da casa em baixo”, recorda.
Os bombeiros foram incansáveis para ajudar todos os moradores, que saíram pelo próprio pé pelas escadas principais do prédio e não por uma auto-escada como chegou a ser avançado pela imprensa nacional. “Descemos às escuras no meio do fumo, foi como descer ao inferno. Ainda tenho este trauma, nunca pensei passar por uma coisa destas. Quando tentava fugir tinha de voltar para trás porque era um bafo de calor imenso e o fumo a fazer remoinhos”, recorda.
Etelvina teve de ser assistida no hospital por inalação de fumos, tal como mais três moradores. Outras cinco pessoas foram assistidas no local em ambulâncias. No combate às chamas estiveram as corporações de Alhandra, Vila Franca de Xira, Póvoa de Santa Iria, Alverca e Vialonga, num total de 36 operacionais e 16 viaturas.
No domingo, 9 de Maio, foi realizada uma vistoria ao edifício e às divisões afectadas pelas chamas por técnicos da Protecção Civil Municipal e da Câmara de Vila Franca de Xira, que é dona do apartamento onde o fogo começou. Além desse apartamento, que ficou totalmente destruído, foram identificados danos consideráveis na placa do apartamento situado directamente por cima, que por razões de segurança também não pode ser habitado até receber obras. Ao que O MIRANTE apurou a fracção municipal tem seguro.