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Clube Estrela Verde diz-se esquecido pela Câmara de Constância 
Victor Lopes é o presidente do Clube Estrela Verde, de Constância, há oito anos

Clube Estrela Verde diz-se esquecido pela Câmara de Constância 

O Clube Estrela Verde, criado em 1975, tem marcado, ao longo dos anos, a história do associativismo em Constância. Os tempos mudaram e, hoje, encontrar sócios ou atletas torna-se cada vez mais difícil, estando em causa a sobrevivência da colectividade, a única da vila vocacionada para o desporto. É a pensar no futuro que os dirigentes tentam sensibilizar a câmara para dar mais apoio, mas do outro lado a resposta não tem sido a esperada.

O Clube Estrela Verde é uma marca do associativismo em Constância. No entanto, as dificuldades em manter a associação em actividade são cada vez maiores e a direcção considera que falta apoio por parte da câmara municipal.

Sediado num edifício emblemático da zona histórica da vila, desde 1975, o Clube Estrela Verde foi, em tempos, um importante local de convívio para a comunidade. Teatro, atletismo, grupos musicais, pesca, futebol de salão e grupo folclórico foram algumas das secções que ali desenvolveram actividade. Na sede funcionou um bar e sala de jogos, outrora muito frequentados. Hoje a oferta resume-se à patinagem artística, contando com 32 atletas federados.

Foi Victor Lopes, presidente do Clube Estrela Verde, que decidiu implementar a modalidade quando assumiu a direcção há oito anos. “Muita gente duvidou de que fosse resultar, mas decidi arriscar mesmo assim. Oito anos depois somos campeões distritais”, conta, orgulhoso, o presidente que lamenta nunca ter havido uma homenagem por parte do município a esses jovens.

“A relação com a Câmara de Constância tem vindo a piorar com o passar dos anos. É um acumular de situações que deixam a direcção deste clube com a sensação de que somos esquecidos”, esclarece Victor Lopes enquanto mostra a sede do clube à reportagem de O MIRANTE.

Dinheiro não chega para pagar as obras necessárias

A degradação do edifício é evidente. O espaço que foi construído para albergar uma escola do sexo feminino e, mais tarde, pertenceu à Legião Estrangeira, carece de várias obras de requalificação. Obras, essas, que já tiveram início e que, mais uma vez, vieram gerar discórdia entre a direcção do Clube Estrela Verde e o executivo camarário liderado por Sérgio Oliveira (PS).
Foi graças à aprovação de uma candidatura no âmbito da TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, que o Estrela Verde conseguiu avançar com parte das obras necessárias, como a pintura do edifício, remodelação das escadas, do patamar do primeiro andar e da porta da entrada. Mas muitas são as obras ainda necessárias.

Victor Lopes explica que não podiam avançar com tudo de uma vez pois a candidatura financia 80 por cento do total das obras e, neste momento, o clube não tem condições para suportar os restantes 20 por cento. Foi nesse sentido que a direcção solicitou ajuda à Câmara de Constância. “Fizemos uma carta, fundamentada, a pedir o apoio. Explicámos tudo e demos evidências de que é essencial avançar com as obras. O valor em falta são 2.700 euros, mas mesmo assim foi-nos negado dizendo que apenas financiam 25 por cento desse valor”, conta.

Victor Lopes garante que já existiram situações similares, com outras associações e clubes, em que a câmara subsidiou as obras na totalidade, não querendo, no entanto, apontar nomes pois diz não estar contra o que foi feito, “só pretendia ter o mesmo tratamento”.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, garantiu não haver qualquer problema com o Clube Estrela Verde dando como exemplo o facto de “no início do actual mandato o clube ter em atraso relatórios referentes ao Programa Municipal de Apoio ao Associativismo de 2014 e 2016” e, ainda assim, “por reconhecer o papel que o clube desempenha na comunidade” foi dada a possibilidade de apresentarem os relatórios em falta, mesmo já estando ultrapassados todos os prazos.

O autarca considera ainda que, para além de vários outros apoios, a cedência do pavilhão municipal, onde os atletas do Estrela Verde treinam quatro dias por semana, com isenção de taxas no valor de 10.000 euros por época, é uma prova da importância atribuída à associação. Situação que Victor Lopes contesta uma vez que, garante, não é esse o valor real “até porque os atletas nem fazem usufruto dos balneários”.

Não deixar o clube morrer

Os pontos de desentendimento entre clube e câmara são vários e parecem não ter fim à vista. Ainda assim, Sérgio Oliveira garante que o município “não distingue as instituições ou o cidadão comum por nenhum motivo” e que “são todos tratados de igual forma”.

Já Victor Lopes, que está apenas preocupado com a sobrevivência da colectividade, espera que o futuro seja mais risonho e que o associativismo possa voltar a ganhar força na vila. “O nosso contributo vai passar por, no fim das obras, abrirmos a sede à população dois fins-de-semana por mês com exposições”, adianta.

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