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Plataforma logística da Castanheira do Ribatejo  acaba de ser inaugurada pela segunda vez
Alberto Mesquita e Ismael Clemente inauguraram a primeira nave logística da Castanheira e visitaram o espaço

Plataforma logística da Castanheira do Ribatejo  acaba de ser inaugurada pela segunda vez

População recorda-se que os empregos prometidos em 2006 nunca passaram de uma miragem. Os novos donos da plataforma garantem que a história agora é diferente e querem meter a localidade no centro da logística nacional.

A plataforma logística da Castanheira do Ribatejo (PL) foi inaugurada pela segunda vez a 18 de Maio e vários moradores da vila esperam que seja desta que os sete mil empregos directos prometidos em 2006 venham a ser uma realidade.


Numa vila onde já ninguém contava com os prometidos empregos da plataforma para meter comida na mesa a notícia da reinauguração do espaço foi recebida nos últimos dias com esperança, sobretudo depois de ano e meio de pandemia que atirou muitas famílias para dificuldades financeiras e desemprego.


“Precisamos muito dos empregos, há muita gente a passar mal por causa da Covid mas há também algum receio de passarmos a ter mais camiões a atravessar a Castanheira”, lamenta Frederico Almeida, morador, a O MIRANTE.


A plataforma tem novos donos espanhóis que querem meter a localidade no centro da logística nacional e ampliar o espaço onde actualmente funciona a PL, estando disponíveis para gastar 150 milhões de euros nessa pretensão.


A Merlin Properties, uma das maiores imobiliárias da Europa que se dedica à compra e venda de armazéns e centros comerciais, liderada por Ismael Clemente, não tem dúvidas que será da Castanheira que sairão os produtos que darão resposta às três milhões de pessoas que vivem na área da Grande Lisboa e Oeste. A primeira nave logística, com uma altura de cinco andares e 225 mil metros quadrados, está pronta a ser arrendada por valores mensais a rondar os 90 mil euros.


Segundo a Merlin, já existem empresas interessadas no espaço e mesmo ao lado está previsto arrancar em breve a construção do centro logístico nacional do grupo Jerónimo Martins. “Acreditamos que Vila Franca de Xira tem um enorme potencial e este é o primeiro de muitos passos que queremos dar”, vincou o empresário, anunciando também planos de expandir a actual plataforma.

Um dia “espectacular”

Convidado a descerrar a placa de inauguração do parque logístico da Castanheira, que agora se chama “Lisboa Park”, o presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), afirmou ser um dia “fantástico e espectacular” para o concelho e sobretudo para Castanheira do Ribatejo.


O autarca sempre defendeu que o desenvolvimento futuro do concelho passava pela plataforma logística, mesmo depois desse projecto ter estado em coma desde 2006. “O sector logístico é fundamental para a nossa região. A câmara sempre esteve disponível e abraçou este projecto desde o primeiro momento. Há muitos anos que sabia que este dia ia chegar”, notou o autarca, classificando de positivo o impacto que terá na economia local. “Vai ser a referência das plataformas logísticas do país e vai gerar muito emprego”, vincou.


Já sobre os planos de expansão em terrenos que são reserva agrícola, o autarca notou que a revisão do Plano Director Municipal, em curso, terá em linha de conta as necessidades das empresas e a promoção das actividades económicas.

Um projecto que nasceu coxo

A Plataforma Logística da Castanheira foi um processo que fez correr muita tinta e acaloradas discussões políticas. Foi anunciada em 2005 no âmbito do projecto “Portugal Logístico” e foi Maria da Luz Rosinha, à data presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, que conseguiu trazer o projecto para a Castanheira. Mas com um custo: teve de ser permitida a construção em terrenos que eram reserva agrícola e ecológica e onde os solos eram inundáveis pelas águas do Tejo. Só a classificação do Governo de Projecto de Interesse Nacional (PIN) permitiu desafectar os 100 hectares de terrenos necessários à implementação do projecto.

Tiveram de ser colocados em toda a área muitos milhões de toneladas de terra vinda de outros locais para permitir a construção naqueles solos. Solos esses que hoje já começam a ondular devido a abatimentos. Os promotores do projecto à data, a também espanhola Abertis, comprometeram-se a dar contrapartidas à comunidade pela construção da plataforma e a câmara pagou do seu bolso os milhões necessários para construir os acessos e viadutos à Auto-Estrada do Norte (A1).

Em 2006, o então primeiro-ministro José Sócrates e outros três ministros estiveram em Castanheira do Ribatejo para inaugurar a plataforma com pompa e circunstância. O espaço viria a mudar para as mãos da Saba Parques Logísticos e em 2016 foi comprada pela Merlin Properties.

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