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Sonhava ser guia turística mas apaixonou-se pelos números 
Maria Cardoso Pires é um dos rostos mais conhecidos da Agrotejo, união agrícola sediada na Golegã

Sonhava ser guia turística mas apaixonou-se pelos números 

Maria José Cardoso Pires é um dos rostos mais conhecidos da Agrotejo, associação de agricultores sediada na Golegã. Adora cozinhar pratos típicos da região e é aficionada da festa brava.

Depois de terminar a quarta classe, aos nove anos, Maria José Cardoso Pires, pegava na sua bicicleta e ia com os colegas desde a Azinhaga, concelho da Golegã, apanhar o comboio em Mato de Miranda até Santarém. Levantava-se às 06h00 para conseguir chegar a horas à escola. Como era pequena os passageiros do comboio ajudavam-na a subir para a carruagem. Depois tinha que apanhar o autocarro para o planalto da cidade escalabitana e apanhava novo autocarro – ou quando se atrasava ia a pé – até ao Colégio Madre Luiza Andaluz onde frequentou o quinto e sexto ano.

No ano seguinte passou para o antigo Liceu Sá da Bandeira que frequentou até ao 12º ano. Aos 17 anos, após ter concluído um curso profissional de Técnico de Secretária, ingressou na antiga fábrica de tomate na Azinhaga. Trabalhou lá seis anos onde foi secretária de direcção. Tinha 24 anos, e estava grávida do primeiro filho, quando foi convidada para trabalhar na Agrotejo, que posteriormente criou a Agromais, na Golegã.

Começou como técnica administrativa mas é responsável por toda a parte contabilística e financeira da União Agrícola do Norte do Vale do Tejo (Agrotejo). Na Golegã é um dos rostos mais conhecidos da associação e faz de tudo um pouco, menos discursar em público, como confessa a O MIRANTE com um sorriso contagiante. “Sou mais de letras mas fui agarrada pelos números na Agrotejo e adoro o que faço. Não me imagino noutro trabalho e sinto-me realizada”, admite.

Em criança tinha o sonho de ser guia turística, porque sempre gostou de viajar. Entretanto, o sonho desapareceu e prefere viajar pelo nosso país do que ir para o estrangeiro. No entanto, recorda Praga, na República Checa, como uma cidade que a encantou. Em Portugal também se deslumbrou com paisagens no Douro e no Alentejo. Sempre que pode vai para os lados da Serra da Estrela uma vez que as raízes paternas são da zona do Fundão.

Nasceu na Azinhaga, onde vive, e garante que teve uma infância muito feliz. No Verão as férias eram divididas: 15 dias na praia de Vieira de Leiria e 15 dias nas termas de Monfortinho (distrito de Castelo Branco). “Gosto de mar mas se no campo houver uma piscina para mim serve, porque o que gosto mesmo é de água”, conta. Nos tempos livres gosta de ler. “Os Interessantes”, da escritora norte-americana Meg Wolitzer, é o livro que está em cima da sua mesa de cabeceira.

Adora cozinhar e quando tem visitas opta sempre por confeccionar pratos típicos da Azinhaga como sopa de feijão frade ou sopa de tripas com arroz e grelos. É aficionada da festa brava, até porque cresceu no meio do campo. O seu pai era criador de gado e uma das primeiras mulheres a tourear a cavalo, Nazaré Felício, era sua tia-avó. “Costumo dizer que sou tão aficionada que dei o nome de Maria de Guadalupe à minha filha, que é a virgem a quem os toureiros são devotos”, afirma, acrescentando que acredita que, apesar das dificuldades, a tradição da tauromaquia não vai morrer.

Maria José Cardoso Pires tem 57 anos e é esposa do actual vice-presidente da Câmara da Golegã, António Pires Cardoso. Já esteve ligada à política mas garante que nunca foi influenciada pelo marido. Nos anos 90 do século passado foi, durante 12 anos, secretária da mesa da Assembleia de Freguesia de Azinhaga, eleita pelas listas do Partido Socialista. “Em casa não falamos muito de política mas falamos de tudo em geral. Dou sempre a minha opinião, quer gostem ou não. Sempre fui muito frontal e se acho que algo não está bem no meu concelho digo”, sublinha, sempre de sorriso no rosto.

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