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Câmara ainda não aprovou licenciamento  das obras da casa mortuária de Fátima
Humberto Silva

Câmara ainda não aprovou licenciamento  das obras da casa mortuária de Fátima

Maioria dos autarcas da assembleia de freguesia discorda da eventual negociata de Humberto Silva.

O assunto do arrendamento da casa mortuária de Fátima continua na ordem do dia e o presidente da Junta de Freguesia de Fátima não se livra da acusação de negociata tendo em conta que ignorou neste processo a assembleia de freguesia, que é o órgão fiscalizador. O montante do contrato, o pagamento à cabeça de 200 mil euros e o facto da empresa, a quem foi arrendada a casa mortuária, não ser conhecida, e de ter mudado de gerência em pouco tempo, acicatou ainda mais a polémica.

O processo de licenciamento das obras na casa mortuária de Fátima ainda não está totalmente aprovado pela Câmara de Ourém. O vice-presidente do município, Natálio Reis (PSD), disse a O MIRANTE que a parte de arquitectura já está aprovada faltando aprovar a segunda parte do projecto. Acrescenta que se tudo estiver dentro da legalidade o processo estará aprovado dentro de mês e meio.

O presidente da Junta de Fátima, Humberto Silva (PSD), continua a defender que tem poderes legais para ter feito o ajuste directo da casa mortuária. No entanto, O MIRANTE confirma que a maioria dos autarcas, da oposição e do próprio PSD na Assembleia de Freguesia de Fátima (AFF), discorda da decisão de Humberto Silva. Recorde-se que, como O MIRANTE tem noticiado, os eleitos na AFF, Rui Torrão (PS) e Cristela Marto (PSD), acusam o presidente da junta de estar a fazer uma negociata com o contrato da casa mortuária.

Em causa está um contrato que o autarca fez com a empresa Bernardo Mendes Ferreira da Fonseca, Unipessoal, Lda, através de ajuste directo, por um prazo de 20 anos e com início a 1 de Fevereiro de 2020, em que a empresa paga 1.500 euros mensais pelo arrendamento. O presidente da junta só deu conhecimento do contrato à assembleia de freguesia em Dezembro de 2020, assunto que levantou muita polémica na altura, incluindo entre os membros do seu partido.

A presidente da assembleia de freguesia, Carina João Oliveira (PSD), referiu, em Dezembro de 2020, que o órgão a que preside não tem poderes para mexer no contrato, enquanto Humberto Silva se escuda no facto de a casa mortuária ser um bem do domínio privado da junta, pelo que, por lei, pode celebrar contratos. Na altura, a mesa da assembleia de freguesia devolveu o contrato à junta com algumas sugestões de alteração.

O contrato voltou a ir à última sessão da assembleia de freguesia, realizada a 6 de Maio, com as alterações propostas mas continuou a gerar polémica. O socialista Rui Torrão chegou mesmo a afirmar que Humberto Silva julga que “alguns comem gelados com a testa”. “Um assunto tão polémico na última assembleia e o senhor continua sem trazer o contrato para ser votado. As pessoas questionam-nos na rua e não estão favoráveis a este negócio porque não o entendem. Acham que é uma negociata. Este processo tem que ser transparente e não é”, acusou.

Carina Oliveira continua a defender que existem dúvidas e desconforto por parte dos eleitos por isso decidiu pedir um parecer jurídico à Direcção Geral das Autarquias Locais sobre a eficácia deste contrato e de outros que possam surgir no futuro.

À margem

Humberto Silva é tanso ou faz-se

O presidente da Junta de Freguesia de Fátima arranjou um sarilho político com a entrega da casa mortuária por ajuste directo sem consultar todos os autarcas da freguesia, nomeadamente os membros da Assembleia que é o órgão fiscalizador da sua actividade política. Mandar para votação da Assembleia um negócio que ele não explicou nem apresentou, e esperar que lhe batam palmas, é verdadeiramente um suicídio político que demonstra imaturidade ou, pior que isso, mau governo da Junta.
É preciso ser um grande azelha político, ou esconder interesses inconfessáveis, para querer governar uma autarquia com a desconfiança dos seus próprios camaradas. O mais curioso disto tudo é que Humberto Silva não dá a mão à palmatória mesmo sabendo que até a própria presidente da Assembleia de freguesia não lhe está a facilitar a vida.

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