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Executivo da Chamusca ignora problemas do Lar da Carregueira
"Caramba", exclamou por quatro vezes a vice da Câmara da Chamusca tentando evitar uma pergunta sobre os problemas no Lar da Carregueira

Executivo da Chamusca ignora problemas do Lar da Carregueira

A vereadora Gisela Matias (CDU) quis saber, na última reunião de executivo camarário, os desenvolvimentos sobre a situação delicada que o Centro de Apoio Social da Carregueira vive. A autarca ficou sem resposta, mas provocou uma reacção surpreendente em Cláudia Moreira, vice-presidente da autarquia, que até deu murros na mesa.

O clima de tensão que se viveu na última reunião de executivo da Câmara da Chamusca atingiu o seu ponto mais alto quando Paulo Queimado (PS), presidente do município, ameaçou cortar a palavra à vereadora da oposição Gisela Matias (CDU), saindo em defesa de Claudia Moreira, vice-presidente da autarquia.


A razão deveu-se a uma discussão que começou quando Gisela Matias quis saber sobre novos desenvolvimentos da situação atribulada que o Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC) vive. A autarca tinha pedido, na sessão camarária de 4 de Maio, para o executivo procurar saber de respostas para as notícias que circulavam no concelho sobre a instituição não estar a conseguir garantir adequadamente o serviço aos utentes em centro de dia que, neste momento, estão a ser auxiliados nos seus próprios domicílios.


Paulo Queimado não soube dar explicações à vereadora comentando apenas que a instituição é particular e que não tem culpa que a direcção tenha optado por utilizar o edifício onde estava o centro de dia para abrir um novo restaurante, reduzindo assim o espaço disponível para receber os utentes.


Gisela Matias não ficou contente com a resposta e lamentou que o executivo mantenha relações com a direcção de todas as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) do concelho, mas com a do CASC não. “Mais importante do que os conflitos é perceber se os utentes têm boas condições. São as pessoas que mais importam”, sublinhou.


Foi nesta altura que entrou em cena Cláudia Moreira. A vice-presidente do município, num tom elevado e de voz tremida, disse não aceitar mais que se diga que o executivo não quer saber do CASC uma vez que, “todos os meses, pelo menos por uma vez, reúne com as direcções técnicas de todos as instituições do concelho”.


Enquanto se dirigia a Gisela Matias, Cláudia Moreira ia dando murros na mesa e utilizou a palavra “caramba” três ou quatro vezes, um vocábulo pouco comum em reuniões de executivo municipal. A vereadora da CDU não se encolheu e voltou a questionar a vice-presidente: “mas sobre o pedido que vos fiz para irem saber de um problema que pode colocar em causa a vida de meia centena de utentes, falou com a direcção?”. A pergunta deixou Cláudia Moreira sem palavras tendo sido socorrida pelo presidente da câmara que ameaçou cortar a palavra a Gisela Matias por “não admitir mais insinuações”.

CONFLITO À PORTA DOS TRIBUNAIS

O Centro de Apoio Social da Carregueira dá resposta a cerca de 150 utentes, em regime de residência, domicílio e centro de dia e tem nos seus quadros cerca de 70 funcionários. A instituição está a passar por graves problemas financeiros, somando todos os meses prejuízos de cerca de 40 mil euros. Perante as actuais dificuldades, os elementos da direcção já ameaçaram entregar as chaves à Segurança Social.


O conflito com a Câmara da Chamusca envolve uma alegada dívida da autarquia, de mais de 700 mil euros, para com a instituição de apoio a idosos. Horácio Ruivo, presidente do CASC, disse recentemente a O MIRANTE que a direcção não vai continuar à espera de que o executivo mude a sua postura de diálogo e vai “recorrer aos tribunais”.


Um dos argumentos do CASC relaciona-se com as obras realizadas na ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) e as contrapartidas financeiras pela instalação de empresas no Eco Parque do Relvão. O CASC defende que, na altura da instalação das empresas, em 2000, o município prometeu que o lucro proveniente das quotas que possui nas mesmas (2,5%) seria canalizado para o CASC e, posteriormente, para todas as instituições sociais do concelho, mas até hoje a promessa nunca foi cumprida.

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