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Filarmónica Montalvense  é uma escola do associativismo 
Associação Filarmónica Montalvense celebra 35 anos de actividade. Joana Bispo é a presidente da associação desde Dezembro de 2020

Filarmónica Montalvense  é uma escola do associativismo 

Continuar a cativar jovens e envolver-se cada vez mais com a comunidade são os principais objectivos da Associação Filarmónica Montalvense, no ano em que assinala 35 anos. Na banda há muito sangue novo e a escola de música é um viveiro de novos executante.

Os jovens que compõem a banda da Associação Filarmónica Montalvense vão chegando à antiga escola primária de Montalvo e, mesmo estranhado a presença da reportagem de O MIRANTE, vão-se organizando para mais um ensaio. A casa está cheia, os executantes procuram um lugar para se sentarem na sala da antiga escola, agora cedida à colectividade para realização dos ensaios, que parece tornar-se pequena para tantos instrumentos.

São quase todos estudantes, na grande maioria frequentam a banda porque gostam de tocar, gostam do convívio e têm já o “bichinho” do associativismo. Mas também há aqueles que querem fazer da música vida. “Temos alguns executantes que estão a estudar música no ensino superior”, conta com orgulho a presidente da associação, Joana Bispo.

Os mais novos têm 10 anos, os mais velhos estão na casa dos 40 e são apenas dois. Apesar de todas as dificuldades em encontrar novos executantes, a presidente acredita que o facto de terem tantos músicos jovens pode ser um bom sinal para a continuidade da banda.

Um desafio gigante

Sem possibilidade de realizarem actividades há mais de um ano a Filarmónica Montalvense tem conseguido sobreviver com as receitas provenientes das quotas dos sócios e com as mensalidades dos alunos da escola de música. “Os executantes da banda não pagam nada. O compromisso que têm para com a banda já é muito”, assume a presidente. Os sócios pagantes são cerca de 250 e a quota mínima é de um euro. A partir desse valor cada um dá o que quer, de forma a ajudar a associação.

“Assumi a presidência em Dezembro de 2020, já a situação estava bastante complicada e eu sabia o que me esperava, pois já sou executante da banda há mais de 20 anos”, conta Joana Bispo que já tinha passado pela direcção da associação alguns anos antes.

A actual presidente tinha prometido não voltar à direcção enquanto as suas filhas fossem pequenas. Mas a falta de pessoas que pegassem na associação com o compromisso necessário para não a deixar “cair” levou Joana a voltar atrás com a sua promessa. “É necessário dispensar muito tempo à associação e talvez por isso cada vez menos pessoas assumam este compromisso. Temos de abdicar de muita coisa na nossa vida”, admite.

A comunidade recebe alegremente cada concerto da banda e acompanha bastante o trabalho que desenvolvem. “Mas precisamos que não se fiquem só pelo gostar de nós, precisamos que façam parte de nós”, alerta Joana Bispo.

Apoio camarário demora a chegar

Num ano em que todas as verbas são de extrema importância para a associação a situação torna-se ainda mais complicada com o atraso no pagamento dos apoios camarários. Anualmente a Associação Filarmónica Montalvense candidata-se ao Programa Municipal de Apoio ao Associativismo, o que permite a recuperação de uma parte dos investimentos. Este ano parte do apoio relativo a 2020 ainda não foi cedido por parte da Câmara de Constância, o que causa ainda mais insegurança a quem dirige a associação.

“Se não estivermos sempre a perguntar não nos dão nenhuma informação. Num ano normal, por esta altura, já tínhamos gasto a verba toda”, lamenta Joana Bispo. A presidente diz, no entanto, que a relação com o município não é má e que estão sempre disponíveis para ouvir a associação. Ainda assim falta algo no apoio ao associativismo. “Devia haver um maior envolvimento e deviam valorizar mais as associações. O apoio é dado, mas precisávamos mais do que a questão monetária, precisávamos que nos envolvessem mais”, diz em tom de apelo.

Escola de música é garantia de futuro

Ser-se criativo é a palavra de ordem para quem dirige esta associação, assim como para todos os que dela fazem parte. Há até um sonho no meio de tantas ideias planeadas: o de transformar a escola de música, que conta actualmente com cerca de 20 alunos a partir dos seis anos, numa escola totalmente gratuita.

Até ao momento as mensalidades rondam os 20 euros e são, exclusivamente, para pagar o trabalho dos professores que ali leccionam. Ainda assim, e apesar de terem a noção de que é um valor bastante inferior ao praticado em outras escolas de música, a Filarmónica Montalvense quer ser inclusiva, um local onde todos os que queiram possam aprender música.

A escola tem aulas de formação musical, de instrumentos que compõem a banda, de guitarra, violino, canto, coro e piano. Os planos são muitos e, mesmo não sabendo o que lhes reserva o futuro, têm a certeza de que vão fazer de tudo para que o nome da associação seja conhecido fora da região.

Filarmónica Montalvense  é uma escola do associativismo 

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