É fundamental que a agricultura e o ambiente estejam de mãos dadas para superar os muitos desafios da sustentabilidade ambiental, nomeadamente os que envolvem o rio Tejo. A opinião é do presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, que participou na sessão de abertura da conferência Agri-Food EcoSystem 2021, que decorreu na manhã de 26 de Maio, no auditório da Escola Superior Agrária de Santarém.

“É fundamental que todos se entendam e caminhem no mesmo sentido. Ministérios da Agricultura e do Ambiente devem falar a uma só voz e também os ambientalistas e agricultores devem caminhar juntos para se conseguir chegar o mais longe possível”, afirmou.

O presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), João Moutão, defendeu o compromisso do IPS em desenvolver práticas cada vez mais saudáveis e sustentáveis. “Temos que trabalhar todos os dias para tornar as nossas sociedades cada vez mais sustentáveis, suportadas numa transição digital e ambiental. Não podemos deixar de estar envolvidos em rede nestes desafios que temos pela frente”, reforçou.

Numa declaração em vídeo, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, falou das várias estratégias do Governo para valorizar práticas ambientais, sublinhando que é fundamental incorporar maior conhecimento científico no sistema produtivo. A ministra defende que a agricultura de precisão é imprescindível para ajudar a que o diagnóstico seja mais rigoroso e precoce, permitindo melhorar a avaliação dos riscos e da tomada de decisão sustentável.

Maria do Céu Antunes considera que o desenvolvimento rural é importante para reforçar o papel da agricultura no combate ao abandono de território apostando em práticas mais sustentáveis e ecológicas. “A agricultura é essencial para o cumprimento do objectivo da neutralidade carbónica em 2050 mas também para garantir a saúde do nosso planeta”, sublinhou.

Também participou na sessão de abertura da conferência o presidente do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária). Nuno Canada alertou para o facto de Portugal vir a ser um dos países da União Europeia mais afectados com as alterações climáticas, que vão causar cada vez mais fenómenos extremos.

A conferência decorreu em formato também online, com debates sobre projectos e estratégias europeias; centros de investigação portugueses. Durante a tarde foram apresentados projectos de co-criação que o IPSantarém está a desenvolver com diferentes empresas da região e os seus estudantes e docentes. “Estão todos mobilizados para aprenderem enquanto estão a resolver problemas reais das empresas, muitos problemas relacionados com questões de sustentabilidade e transição ambiental”.