Várzea Grande renasce em Tomar de cara lavada
O amplo espaço junto ao Tribunal de Tomar é agora uma praça de grandes dimensões onde só circulam pessoas. Anabela Freitas, presidente do município, mostrou-se orgulhosa por inaugurar um espaço que aproxima os tomarenses do centro histórico da cidade. A presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, serviu para a autarca partilhar algumas preocupações sobre a aplicação dos fundos do próximo quadro comunitário.
A requalificação da Várzea Grande, um amplo espaço público junto ao Tribunal de Tomar, foi inaugurada oficialmente na manhã de sexta-feira, 28 de Maio, embora a empreitada já estivesse concluída há cerca de três meses. Depois de alguns adiamentos, o executivo presidido pela socialista Anabela Freitas, recebeu a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, para uma visita a um local que pretende ser, segundo a autarca, “um espaço que aproxime as pessoas do centro da cidade”.
A cerimónia, que durou cerca de duas horas, devido ao atraso de uma hora da ministra, também contou com as presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro, Teresa Almeida e Isabel Damasceno.
O percurso pela nova praça foi pautado pelas explicações técnicas do arquitecto que projectou a obra, o tomarense Lourenço Gomes. À ministra, e ao executivo municipal que acompanhou o trajecto, Lourenço Gomes salientou a importância da empreitada que dá uma nova imagem a um local que estava “desprezado e que era utilizado única e exclusivamente para estacionamento de automóveis, num parque de terra batida e cheio de buracos”.
Com a nova placa central os automóveis deixaram de poder estacionar na Várzea Grande permitindo que as pessoas utilizem o espaço para caminhar, conviver ou levar as crianças para brincar. Ao longo das explicações ficou a saber-se que um dos objectivos da autarquia é fazer da Várzea Grande palco de vários espectáculos musicais e eventos desportivos.
Finalizada a visita, a comitiva seguiu a pé para o salão nobre dos Paços do Concelho, num percurso que durou cerca de 10 minutos, tendo sido recebida ao som da música tocada por dois alunos do Agrupamento de Escolas dos Templários. O momento musical antecedeu os discursos de Anabela Freitas e Ana Abrunhosa.
“Nunca vão faltar fundos para bons projectos”
A autarca de Tomar foi a primeira a discursar, começando por anunciar o custo total da intervenção, 3 milhões de euros, sendo que cerca de 2,5 milhões foram financiados por fundos comunitários. Anabela Freitas mostrou-se orgulhosa pelo resultado, vincando a importância de Tomar ter “mais uma centralidade” que, à semelhança da Praça da Républica, vai permitir que os turistas e os tomarenses descubram e sintam a cidade com mais proximidade e encanto.
No estilo frontal que a caracteriza, Anabela Freitas quis deixar um recado para a ministra e as presidentes das CCDR levarem para casa. “No Plano Nacional de Política e Ordenamento de Território existe um quadro que tem uma legenda que fala em centros regionais. A região do Médio Tejo não tem um centro regional e por isso estou preocupada que esta região não esteja ilegível para aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e para o próximo quadro comunitário, Portugal 2030”, disse.
Ana Abrunhosa descansou-a, garantindo que “nunca vão faltar fundos para bons projectos” e que Tomar tem sido um exemplo “excepcional” de aproveitamento dos fundos europeus com uma elevada taxa de execução. “Deixo aqui o meu compromisso e a minha palavra: o facto de o Médio Tejo não ser um centro regional não inibirá o território de ter projectos para o seu desenvolvimento urbano”, frisou.