Sócios do CBEI não desistem da luta para destituir direcção
Pais e sócios não desistem de tentar convocar uma assembleia para votar a destituição dos órgãos sociais, que acusam de serem os responsáveis pela degradação da instituição de Vila Franca de Xira. Direcção fala em “ataque permanente” que dificulta a gestão.
Um grupo de pais e sócios do Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira (CBEI) entregou a 31 de Maio, ao presidente da mesa da assembleia geral, um novo pedido para a realização de uma assembleia-geral extraordinária, para se discutir o estado actual de “degradação da instituição” e destituir a actual direcção. Este passo é mais um capítulo do braço-de-ferro entre os sócios e a direcção que está para durar.
“É urgente que se dê a palavra aos sócios, que haja eleições e que quem gosta e defende o CBEI pegue na instituição e lhe devolva rumo”, escrevem em comunicado depois de já terem pedido anteriormente o agendamento de duas reuniões extraordinárias, recusadas pela mesa da assembleia.
O grupo, que diz agir sob o mote “salvar o CBEI”, considera que a actual direcção, liderada por Gil Teixeira, é responsável pela “redução drástica do número de crianças” a frequentar a creche (de 400 caíram para menos de metade), de um “aumento incomportável das mensalidades no início deste ano lectivo” e falta de resposta às tentativas de contactos feitas pelos encarregados de educação das crianças.
Acusam ainda a direcção de desrespeitar os trabalhadores, através de processos disciplinares, despedimentos e do não pagamento do subsídio de Natal, que continua em atraso. E exigem rigor e transparência na gestão que, apesar dos apoios recebidos da Câmara de Vila Franca de Xira, Segurança Social e Ministério da Educação, mantém dívidas a fornecedores, prestadores de serviços e funcionários.
Presidente fala em “bullying diário”
O presidente do CBEI, Gil Teixeira, entende que os órgãos directivos estão a ser vítimas de uma campanha de “bullying diário” e de um ataque permanente por parte de alguns sócios o que em nada facilita a gestão e a vida dos trabalhadores.
Segundo o presidente da direcção, ao contrário do que refere o grupo de pais, o fundo de socorro da Segurança Social está aprovado desde Dezembro e vai servir sobretudo para pagar a fornecedores porque não é permitido que seja usado em indemnizações, compromissos bancários ou impostos. Gil Teixeira já admitiu a possibilidade de despedir mais trabalhadores “para diminuir os custos e não continuar a onerar as despesas”.
Inspecção não detectou ilegalidades
Em 2020, a Segurança Social e o Ministério da Educação realizaram uma inspecção à instituição tendo-se apurado que nenhuma das denúncias feitas a coberto do anonimato por alguns sócios da instituição se comprovaram. Tal como O MIRANTE noticiou, o relatório final da inspecção frisa a legalidade de todos os procedimentos e operações financeiras feitos pela direcção e onde é deixado um elogio aos órgãos de gestão da associação.
Devido à situação financeira do CBEI - o maior empregador da cidade - e queixas frequentes de pais e trabalhadores, o presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, tem-se mostrado preocupado e chegou a propor que um técnico da Segurança Social possa ser colocado na instituição para auxiliar os órgãos sociais na gestão da associação.