A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) vai promover, até Dezembro, sete projectos culturais nos 11 municípios que abrange, no âmbito da programação cultural em rede que vai desenvolver ao longo de 18 meses.

A programação, com um suporte orçamental de 600 mil euros, resultante de uma candidatura a fundos comunitários, desenvolve-se em dois eixos: um a executar até final deste ano, em torno da temática “Lezíria Imaterial”; e outro, a realizar em 2022, intitulado “Lezíria 11x11” e que contará com um parceiro externo a escolher por concurso público.

O coordenador da área cultural da CIMLT, Nuno Domingos, afirmou que a programação, apresentada sexta-feira, 18 de Junho, numa cerimónia que decorreu no Convento de S. Francisco, em Santarém, foi “muito discutida” entre os 11 municípios e a equipa da comunidade.

Tendo por objectivo a valorização turística do património cultural da Lezíria, a programação aposta na capacidade criativa e artística do território, com envolvimento de agentes culturais locais, tendo também por objectivos a promoção do emprego e a valorização de actividades associadas.

As acções vão acontecer, sobretudo, em espaços públicos, nos centros urbanos antigos de cidades, vilas e aldeias. O primeiro projecto do eixo “Lezíria Imaterial”, designado “Vale”, passa pela realização de um documentário, “a fazer com pessoas do território” e envolvendo jovens, que “vão ficar capacitados para o fazer de forma autónoma”. Cada município escolheu o tema.

A mesma liberdade de escolha foi concedida para o segundo projecto, vocacionado para a arte urbana, e para o terceiro, dedicado à temática das estátuas humanas e que implicará uma residência artística com 10 participantes, os quais vão construir estátuas que serão mostradas num festival.

A dança é a expressão artística escolhida para o quarto projecto, cruzada com um tema transversal ao território, a vitivinicultura, para a construção do espectáculo “Dançar com vindimas”, que irá acontecer em residências artísticas de uma semana em cada concelho sendo apresentado depois em cada município.

O quinto projecto envolve um espectáculo de teatro para crianças, intitulado “Tejo por um Fio”, que tem por base as preocupações ambientais. Já o sexto parte de um desafio lançado a Tiago Pereira, do projecto “a música portuguesa a gostar dela própria”, para fazer a “Lezíria a gostar dela própria”, e que está já no terreno com a recolha de imagens e de sons nos vários municípios, de onde vão nascer dois documentários, um sobre as gentes do rio, os avieiros, e outro sobre as gentes da terra. Vai ainda ser realizado um espectáculo com imagens e música ao vivo em cada concelho, privilegiando as recolhas feitas em cada um.

Finalmente, o sétimo projecto, designado “Mosaico”, desafia cada município a desenvolver um tema sendo objectivo valorizar acções relevantes do território. Este projecto incluirá iniciativas das artes performativas e não performativas, mas também expressões artísticas das chamadas artes erudita, sacra, contemporânea ou tradicional.

Como exemplos são apontados a Bienal de Arte, de Coruche, o Festival de Música de Órgão, em Santarém, as artes e memórias, na Golegã, a festa na aldeia, na Chamusca, a escultura da pedra, em Almeirim, vídeo/cinema documental em Alpiarça (património natural e cultural) e em Benavente (ruralidade), jornadas de cultura, em Salvaterra de Magos, pão e vinho, em Rio Maior, teatro, no Cartaxo, ou etnografia, na Azambuja.