Espaços verdes são regados indevidamente com água da rede pública
Alguns municípios estão a fazer um esforço para reduzir a utilização de água para consumo humano nas regas, o que para além de um desperdício de água potável é também um custo acrescido.
Almeirim é um dos melhores exemplos desde que há dois anos passou a ligar um furo próprio para regas a todos os jardins da cidade, uma estratégia que está a ser seguida em Benavente. Em Azambuja a água das regas é toda da rede pública e na Barquinha utiliza-se água do Tejo no parque ribeirinho.
Azambuja é um mau exemplo na utilização de água tratada para rega dos espaços públicos quando outros municípios há muito tempo, no caso de Almeirim há uma década, utilizam sistemas alternativos poupando água tratada que é precisa para os consumidores. A autarquia da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, mas que pertence ao distrito de Lisboa, justifica a opção de continuar a usar água para consumo humano nos jardins com a desculpa de que não tem espaço para fazer furos artesianos, prometendo tentar poupar nas regas do total de dez hectares de espaços verdes no concelho.
A utilização de água directamente dos rios é uma opção para quem tem este recurso à porta, como é o caso em Vila Nova da Barquinha. Localidade onde 20 por cento dos espaços verdes são regados com água captada através de um sistema de bombagem instalado no rio Tejo. Como é o caso do parque ribeirinho, principal espaço verde da vila que consome bastante água pela sua dimensão e quantidade de relva. Para já o município não tem projectos para alterar as regas nos espaços verdes com água tratada. As alternativas podem passar também pelo aproveito de água usada em outras situações, como aconteceu experimentalmente em Azambuja há dois anos, quando se reaproveitou a água da lavagem das ruas na Feira de Maio.
Tal como em Almeirim, onde o município foi investindo ao longo dos anos na colocação de condutas de ligação do furo aos espaços verdes da cidade, como o parque da zona norte, charquinhos, jardins da biblioteca, Benavente também tem tentado usar cada vez menos água tratada. Até porque esta é contabilizada e tem de ser paga à Águas do Ribatejo como pagam os consumidores domésticos. Com furos artesianos próprios o município rega a urbanização de Vila Nova de Santo Estêvão e as zonas ribeirinhas de Samora Correia e Benavente, que até podiam ser alimentadas pelas águas do Rio Sorraia. Azambuja tem uma ideia que pode ser replicada por outros municípios, que é a utilização da água das piscinas municipais, mas apenas uma vez por ano, quando é necessário fazer a limpeza dos tanques.
Na generalidade, os municípios mostram-se preocupados com a poupança de água, sendo que em Benavente há um acompanhamento das condições meteorológicas diárias, de modo a que os sistemas de rega sejam desligados quando há previsão de chuva. Também é feita uma gestão do tempo de rega, que vai sendo ajustado consoante o estado do tempo. Mas a redefinição dos espaços de lazer também é uma das estratégias usadas em Azambuja, onde o município tem vindo a implementar uma estratégia de poupança de água, como regar à noite e colocar arbustos que necessitam de menos água em vez de relva em alguns espaços.