O evento “Link Me Up” é uma iniciativa que junta cerca de quatro centenas de alunos, de 13 politécnicos do país, e pretende fazer uma aproximação entre empresas e instituições de ensino.

Inovação e sustentabilidade foram as palavras de ordem no evento que juntou mais de meia centena de alunos, professores e empresários no auditório principal do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), na quarta-feira, 16 de Junho. João Coroado e Nuno Madeira, respectivamente presidente e vice-presidente do IPT, deram o tiro de partida para a primeira edição do “Link Me Up”, uma iniciativa que envolve 13 politécnicos do país, que habitualmente já desenvolvem projectos em conjunto.

Dina Mateus e Olinda Sequeira, coordenadoras do projecto, explicaram a O MIRANTE o conceito. Ao longo de 10 semanas os alunos trabalham num plano de negócio para apresentarem a uma empresa parceira, tentando captar o seu interesse. “O grande objectivo é ter, até 2023, mil ideias apresentadas; queremos aproximar o tecido empresarial dos alunos, professores e instituições de ensino porque o desenvolvimento da região exige uma sinergia entre todos estes intervenientes”, afirmam, sublinhando que também é importante dar aos alunos e professores experiências no terreno para adquirirem novos conhecimentos e competências.

Vão ser realizadas seis edições do “Link Me Up” envolvendo cerca de quatro centenas de alunos a nível nacional. Depois de apresentadas, e de avaliadas por um júri, as melhores ideias concorrem num evento nacional, no Politécnico de Santarém, e internacional, num país ainda por definir. Dina Mateus e Olinda Sequeira asseguram ainda que as ideias que não forem seleccionadas vão continuar a ser trabalhadas para serem melhoradas e poderem ser utilizadas no futuro.

O cliente do futuro

Os trabalhos apresentados na edição realizada no Politécnico de Tomar incidiram em temáticas nas áreas da sustentabilidade, mobilidade, incubadoras de empresas, geração Z, envelhecimento activo e adaptação das indústrias locais às novas tecnologias.
O MIRANTE conversou com a equipa que realizou a primeira apresentação, constituída por seis alunos que frequentam a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. A coordenação da equipa pertenceu à professora Marta Dionísio. Inês Félix foi a escolhida pelos seis alunos para ser a porta-voz: “O nosso projecto, em parceria com uma cadeia de restaurantes, consiste em perspectivar o futuro e os efeitos que a pandemia trouxe para a sociedade. Consideramos que a tecnologia e a sustentabilidade são factores determinantes para salvar o sector da restauração”.

Os alunos consideram que a pandemia veio acelerar o processo de responsabilidade social e de consciencialização do consumidor. “Já existia uma preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente, mas a pandemia, e o confinamento, veio acelerar esse processo. Actualmente as pessoas estão mais alerta para tudo o que as rodeia”, vincam.

As soluções apresentadas tiveram, regra geral, como ponto de partida os avós dos alunos. “Sabemos que a adaptação à tecnologia não é fácil, por isso criámos conceitos e formas de aceder aos serviços de uma forma simples, sem discriminar faixas etárias. Temos consciência que as soluções que apresentamos são possíveis e que vão ser cada vez mais necessárias daqui para a frente”, afirmam, com convicção.