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Várias gerações a produzir vinhos na Quinta Monteiro de Matos
José Monteiro de Matos é produtor de vinhos e possui 50 hectares de vinha em São Vicente do Paul, concelho de Santarém

Várias gerações a produzir vinhos na Quinta Monteiro de Matos

José Monteiro de Matos seguiu as pisadas do seu pai e um dos seus filhos já trabalha consigo.

José Monteiro de Matos ganhou a paixão do seu pai pelos vinhos e seguiu-lhe as suas pisadas. Um dos seus filhos também lidera uma das suas empresas vinícolas. Em São Vicente do Paul, concelho de Santarém, a Quinta Monteiro de Matos tem 50 hectares de vinha. 80 por cento da produção é vendida para o estrangeiro e por isso a quinta não foi muito afectada pela pandemia. O empresário considera que o microclima da Lezíria do Tejo e os seus terrenos são fundamentais para se produzirem vinhos de excelência, o que já os levou a obterem muitos prémios. José Monteiro de Matos também está na política autárquica, sendo eleito na Assembleia Municipal da Batalha, mas vai sair para dar lugar à geração mais nova.

O empresário cresceu entre as vinhas do seu pai, que ganhou o gosto pela terra e tornou-se produtor de vinhos. Nasceu na Batalha, distrito de Leiria, e foi lá que cresceu. As férias de Verão eram passadas na vindima a ajudar o pai e aprendeu tudo com ele. Quando o progenitor descobriu São Vicente de Paul encantou-se pelos terrenos de excelente qualidade e comprou uns hectares. A produção começou a crescer.

Actualmente, a Quinta Monteiro de Matos possui cerca de 50 hectares de vinha. José Monteiro de Matos, 67 anos, ficou com os terrenos em herança e passou a dividir o seu tempo entre Porto de Mós, onde reside, e São Vicente do Paul. O seu dia começa cedo e quase todos os dias vai à quinta ver como estão a correr os trabalhos. A entrevista com O MIRANTE estava marcada para uma quinta-feira de manhã, mas teve que ser adiada. Uma máquina agrícola avariou e foi José quem passou várias horas a arranjá-la.

Orienta os funcionários para organizar os trabalhos nas vinhas e na vindima. Nesta altura do ano é um período crítico por causa das pragas. Junto às vinhas foram plantadas umas roseiras porque é onde as pragas atacam primeiro. “Se começamos a ver que as roseiras estão murchas temos que curar as cepas para evitar que sejam destruídas pelas pragas uma vez que estas atacam primeiro nas roseiras. Assim temos tempos para evitar prejuízos”, explica José Monteiro de Matos a O MIRANTE.

Durante a pandemia a empresa perdeu apenas cerca de 20% de clientes nacionais uma vez que os restaurantes, os seus principais clientes, tiveram que encerrar. A última produção está quase toda vendida. Estados Unidos da América, Brasil e China são os principais países para onde a quinta exporta.
Recentemente, José Monteiro de Matos deslocou-se a Cabo Verde para visitar alguns clientes e fazer novos negócios. O empresário gosta de viajar, sobretudo para África, país que lhe ficou no coração depois de ter estado lá dois anos durante a Guerra do Ultramar. “Angola é um país viciante. São as praias e as pessoas, que são muito afáveis. É diferente e dá sempre vontade de voltar”, confessa. Um dos seus filhos, que apesar de ter tirado o curso de advogado, seguiu as suas pisadas e gere a empresa de vinhos em Porto de Mós, está também responsável por visitar outros países e conquistar novos mercados.

Para ter vários vinhos premiados é preciso dedicação, saber como fazer e seleccionar as uvas. Além de ter aprendido tudo com o pai, José Monteiro de Matos foi fazendo diversas formações ao longo da vida. A agricultura, diz, ensina todos os anos como se devem fazer as coisas. Na Quinta Monteiro de Matos, em São Vicente do Paul, foi criada uma sala de convívio com diversas mesas redondas e cadeiras onde se realizam provas de vinhos. O segredo do sucesso para produzir vinhos de elevada qualidade é muito trabalho e dedicação ao que se faz.

Os tempos livres são passados em família nomeadamente com os dois netos e aguarda a chegada de mais uma menina. Está ligado à política há muitos anos e actualmente é eleito na Assembleia Municipal da Batalha, pelo CDS, partido que sempre representou. Diz que este vai ser o último ano porque é importante dar lugar aos mais novos. “O problema em Portugal é que os políticos estão agarrados ao poder e não permitem que os mais novos entrem para renovarem os cargos”, critica.

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