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Inferno das pedreiras em Ourém leva moradores à reunião de câmara
Moradores de Casal Farto, freguesia de Fátima, estão revoltados com o inferno que vivem de pó, barulho e trânsito excessivo derivado das pedreiras

Inferno das pedreiras em Ourém leva moradores à reunião de câmara

Moradores de Casal Farto revoltados com o inferno de pó, barulho e trânsito excessivo junto às suas moradias. Empresário Telmo Duarte fala de crime ambiental.

O presidente da Câmara de Ourém informou que o município vai interditar a passagem de veículos pesados dentro da aldeia.

Um grupo de moradores de Casal Farto, freguesia de Fátima, revoltou-se mais uma vez e foi à reunião de câmara em Ourém exigir ao presidente do município que acabe com o inferno em que vivem devido ao pó, barulho e trânsito excessivo por causa das pedreiras ali instaladas há décadas. Fernando Laranjeira contou que, há cerca de um mês, estava sentado em sua casa e saltou da cadeira tal foi o tamanho do estrondo. A sua casa já tem fissuras e as queixas na GNR sucedem-se mas até agora nada aconteceu por parte das autoridades para que os moradores tenham sossego nas suas próprias casas.

“Há dias em que o barulho das pedreiras é mais suave mas é quando existem fiscalizações. Nos outros dias é impossível ali viver com o barulho e o excesso de camiões que circulam pelo interior da localidade quando têm outros caminhos alternativos. Nos últimos quatros anos a situação piorou com algumas pedreiras a abusarem na laboração”, critica Fernando Laranjeira.

Francisco Vieira considera os holofotes nocturnos virados para a aldeia agressivos demais, o que prejudica o descanso de quem ali vive e afecta a saúde de todos. O morador recorda que algumas pessoas optaram por vender as suas casas porque não conseguiam continuar a viver com tanto barulho e poluição. Paulo Bandeiras lamenta a situação e admite que se soubesse o que sabe hoje nunca teria comprado casa naquele local.

Maria de Fátima Prazeres tem um negócio de turismo rural na zona e conta que a pedreira Filstone lhe entregou um horário no qual supostamente deveria laborar. Segundo a empresária aquele horário não é cumprido sendo que o barulho lhe está a afectar o negócio porque afasta os turistas. “Deveria ser criado um fundo para ressarcir a população que tem sido prejudicada ao longo dos anos. As casas estão rachadas. Não pode valer tudo em prol do negócio”, critica, acrescentando que tem que haver um horário laboral fixado, o trânsito tem que ser desviado e a britadeira, que provoca muito barulho, tem que ser deslocalizada. “Tem que haver cumprimento da lei e a fiscalização não pode ser ao gosto do freguês”, defende Maria de Fátima Prazeres.

Os moradores não estão contra a laboração das pedreiras mas querem que haja controlo porque nos últimos anos tem havido abusos e excessos que têm prejudicado a população de Casal Farto. A advogada Anabela Batista refere que tem sido contactada pela população e existem processos crime a decorrer por poluição sonora. “O município tem que controlar o funcionamento de uma actividade que está a ir além dos limites das condições do seu licenciamento”, reitera.
O empresário de Fátima, Telmo Duarte, que também tem pedreiras na freguesia, confirma queixas da população e afirma que o que está a acontecer em algumas pedreiras é um “crime ambiental”.

Passagem de camiões
vai ser interdita
O presidente da Câmara de Ourém afirma não ser agradável viver rodeado de pedreiras. Luís Albuquerque informou que o município vai interditar a passagem de veículos pesados dentro da aldeia de Casal Farto. O autarca explicou ainda que o licenciamento das pedreiras não é competência do município. O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, fala sobre este e outros assuntos numa entrevista a O MIRANTE nesta edição.

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