Na notícia relativa à inauguração da Villa Romana de Rio Maior e do Parque do Rio venho esclarecer o seguinte:

“No mesmo dia foi inaugurada a Villa Romana, obra de recuperação do património romano após terem sido encontrados vestígios arqueológicos há cerca de cinco anos no local onde terá tido origem o povoado de Rio Maior”.

Ao contrário do noticiado, a Villa Romana de Rio Maior foi descoberta em 1983 e os trabalhos arqueológicos decorreram de 1992 a 1999 quando o executivo municipal da altura deixou de suportar e apoiar os trabalhos de escavação. Desde esse período a Villa esteve adormecida até, em 2018, se ter iniciado o projecto agora inaugurado.

A origem de Rio Maior não foi no local onde estão as ruínas mas na margem oposta onde os trabalhadores sobre a influência deste senhor romano se organizaram após o abandono da villa. Na área da villa irá nascer o primeiro templo cristão pela cristianização do templo pagão desta villa, razão porque o cemitério actual ocupa parte das ruínas por, ao longo dos séculos, este espaço ter um carácter sagrado, teríamos, assim, a área dos vivos (acrópole) numa margem e o espaço de culto com o seu cemitério na noutra (necrópole)

Carlos Pereira