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Covid revela existência de mais um lar ilegal no concelho de Tomar
Um surto de Covid-19 desvendou a existência de um lar ilegal na União de Freguesias de Serra e Junceira, em Tomar. Américo Pereira (foto), presidente de junta, fala nas más condições em que cerca de uma dezena de idosos vivem na residência

Covid revela existência de mais um lar ilegal no concelho de Tomar

Um surto expôs as más condições em que vivem cerca de uma dezena de idosos num lar ilegal na freguesia da Serra, concelho de Tomar. A estrutura é abastecida de água através de um furo artesiano sem nunca ter existido controlo da sua qualidade. As dezenas de animais que habitam nos terrenos causam maus cheiros que são motivo de queixas por parte da população. Segurança Social notificou proprietários para o encerramento mas o espaço continuou a funcionar.

Uma quinta de luxo na aldeia da Serra, concelho de Tomar, foi transformada num lar ilegal onde vivem mais de uma dezena de idosos. A propriedade não utiliza água da rede pública, embora tenha condições para o fazer, sendo abastecida por um furo artesiano. Na quinta, inserida num terreno com milhares de metros quadrados, e que não consegue ser vista a partir do exterior, também habitam dezenas de animais que têm originado várias queixas da população devido aos maus cheiros. As informações foram dadas a O MIRANTE por Américo Pereira, presidente da União de Freguesias de Serra e Junceira.

Um surto de Covid-19, que afectou mais de uma dezena de pessoas, entre utentes e funcionários, expôs a situação e revelou a existência de mais um equipamento ilegal no concelho de Tomar. Só na União de Freguesias de Serra e Junceira existem mais três lares ilegais, segundo o presidente da junta. O autarca conta que o lar pertence a um casal que se mudou para a aldeia há cerca de dois anos. Alguns meses depois, realizaram intervenções no edifício para começar a receber idosos. Américo Pereira não sabe quantas pessoas trabalham no lar, mas diz que a maioria tem nacionalidade brasileira. Nos últimos dias, nem proprietários nem funcionários têm sido vistos na aldeia.

“Há qualquer coisa que não bate certo nesta história”

Para o autarca este é mais um caso que revela o mau funcionamento das entidades responsáveis pela gestão e bem-estar dos idosos do concelho, nomeadamente Câmara de Tomar, Autoridade de Saúde e Segurança Social. Conta que, em Maio de 2020, a junta de freguesia comunicou a existência de vários problemas no lar, nomeadamente os maus cheiros e a inexistência de água canalizada. As autoridades visitaram a estrutura algum tempo depois, mas a realidade manteve-se inalterável até hoje. O MIRANTE sabe que a Segurança Social de Santarém notificou os proprietários para o encerramento do lar, mas a ordem não foi cumprida

Uma das situações que mais impressionam Américo Pereira é o facto de existir forma de aceder à água da rede pública mas os proprietários nunca o terem feito. “Estamos a falar de um caso de saúde pública. Não há controlo na qualidade da água do furo e com tantos animais na quinta os perigos de contaminação aumentam. Há qualquer coisa que não bate certo nesta história”, sublinha.

O autarca diz ainda que, dois dias depois de ter conhecimento do surto no lar, no dia 7 de Julho, instalaram finalmente um contador de água. “Era preciso chegar a este ponto? É a vida das pessoas que está em jogo”, lamenta.

O MIRANTE pediu esclarecimentos à Segurança Social, mas até ao fecho da edição não obteve resposta.

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